CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: FILOSOFIA

1. "Advento da Polis, nascimento da filosofia: entre as duas ordens de fenômenos os vínculos são

demasiado estreitos para que o pensamento racional não apareça, em suas origens, solidário das estruturas sociais e mentais próprias da cidade grega. Assim recolocada na história, a filosofia despoja-se desse caráter de revelação absoluta que às vezes lhe foi atribuído, saudando, na jovem ciência dos jônios, a razão intemporal que veio encarnar-se no Tempo. A escola de Mileto não viu nascer a Razão; ela construiu uma razão, uma primeira forma de racionalidade".

Jean Pierre Vernant.

Sobre a Filosofia seguem as seguintes afirmações:

 

I. Ela foi revelada pela deusa Razão a Tales de Mileto quando este afirmou que o princípio de tudo é a água.

II. Ela foi inventada pelos gregos e decorre do advento da Polis, a cidade organizada por leis e instituições que, por meio delas, eliminou todo tipo de disputa.

III. Ela rejeita o sobrenatural, a interferência de agentes divinos na explicação dos fenômenos; problematiza, discute e põe em questão até mesmo as teorias racionais elaboradas com rigor filosófico.

IV. Surgiu no século VI a.C. nas colônias gregas da Magna Grécia e da Jônia, apenas no século seguinte deslocou-se para Atenas.

V. Ocupa-se com os princípios, as causas e condições do conhecimento que pretenda ser racional e verdadeiro; põe em questão e problematiza valores morais, políticos, religiosos, artísticos e culturais.

 

Das afirmações feitas acima

 

A. I, III e V são corretas.

B. I e II são incorretas.

C. II, IV e V são corretas.

D. todas são corretas.

E. todas são incorretas.

 

2. “Só se pode entender o que é a filosofia, a que ponto ela não é uma coisa abstrata – da mesma forma que um quadro ou uma obra musical não são absolutamente abstratos –, só através da história da filosofia, com a condição de concebê-la corretamente. (...) Há uma coisa que me parece certa: um filósofo não é uma pessoa que contempla e também não é alguém que reflete. Um filósofo é alguém que cria. Só que ele cria um tipo de coisa muito especial, ele cria conceitos. Os conceitos não nascem prontos, não andam pelo céu, não são estrelas, não são contemplados. É preciso criá-los, fabricá-los em função dos problemas que são constituídos, problemas que o pensamento enfrenta e que têm um sentido. [Em suma,] fazer filosofia é constituir problemas que têm um sentido e criar os conceitos que nos fazem avançar na compreensão e na solução dos problemas”.

Gilles Deleuze.

Sobre o excerto acima seguem as seguintes afirmações:

 

I. Para Deleuze a tarefa do filósofo é criativa.

II. Conforme a concepção de Deleuze cabe à filosofia contemplar e refletir sobre os problemas

que existem desde sempre e, para eles, encontrar conceitos que verdadeira e definitivamente os solucionem.

III. A filosofia é uma atividade criativa, assim como a arte, no entanto o que ela cria são conceitos.

IV. Deleuze retira do filósofo o direito à reflexão sobre o mundo ou sobre o que os outros filósofos pensaram.

 

Dessas afirmações

A. apenas uma está correta.

B. apenas uma está incorreta.

C. duas estão corretas e duas estão incorretas.

D. todas estão corretas.

E. todas estão incorretas.

 

3. TEXTO: “A questão da verdade é do domínio da teoria do conhecimento, ou da filosofia da ciência. A questão da validade é do domínio da lógica. [...] A verdade e a falsidade das proposições dependem de investigação de significados e, em geral, de investigação empírica. A validade do argumento [conjunto de proposições], ao contrário, não depende da verdade ou falsidade dos enunciados – isoladamente encarados – mas depende do tipo de relação que entre eles se estabelece. Um argumento pode, perfeitamente, ser válido, embora tenha uma ou mais proposições falsas”.

Leônidas Hegenberg.

SILOGISMO:

Todo inseto é hematófago. (PREMISSA MAIOR)

A aranha marrom é um inseto. (PREMISSA MENOR)

A aranha marrom é hematófaga. (CONCLUSÃO)

Por meio do TEXTO e do argumento silogístico (SILOGISMO), considere as seguintes afirmativas:

I. O SILOGISMO é válido porque a estrutura formal do argumento está correta.

II. O SILOGISMO é inválido porque a aranha marrom não é um inseto e nem todos os insetos são hematófagos.

III. As duas premissas são falsas porque empiricamente verifica-se que a aranha marrom não é um inseto e que nem todos os insetos são hematófagos.

IV. A conclusão é falsa porque o silogismo é inválido.

V. A conclusão tem que ser verdadeira porque o silogismo é válido.

 

Das afirmativas feitas acima

 

A. apenas I e III estão corretas.

B. apenas I, II e III estão corretas.

C. apenas I, III e V estão corretas.

D. todas as afirmativas estão corretas.

E. todas as afirmativas estão incorretas.

 

4. John Locke afirma em Ensaio acerca do entendimento: “é de grande utilidade para o marinheiro saber a extensão de sua linha, embora não possa com ela sondar toda a profundidade do oceano. É conveniente que saiba que ela é suficientemente longa para alcançar o fundo dos lugares necessários para orientar sua viagem, e preveni-lo de esbarrar contra escolhos que podem destruí-lo. Não nos diz respeito conhecer todas as coisas, mas apenas as que se referem à nossa conduta. Se pudermos descobrir aquelas medidas por meio das quais uma criatura racional, posta nesta situação do homem no mundo, pode e deve dirigir suas opiniões e ações delas dependentes, não devemos nos molestar porque outras coisas escapam ao nosso conhecimento”.

 

Tendo em conta o texto acima e a teoria do conhecimento de Locke, é INCORRETO afirmar que

 

A. o homem, utilizando suas faculdades racionais, pode conhecer tudo sobre todas as coisas do mundo.

B. o homem deve saber os limites da razão para ter conhecimento certo daquilo que é possível conhecer.

C. há certas coisas que a razão do homem não pode conhecer.

D. assim como o marinheiro guia sua viagem por uma sonda de tamanho conhecido, o homem deve

orientar sua conduta por aquilo que conhece.

E. o conhecimento, para Locke, só é certo se houver conformidade entre nossas ideias e a realidade das

coisas.

 

5. “Já desde os tempos mais antigos da filosofia, os estudiosos da razão pura conceberam, além dos seres sensíveis ou fenômenos, que constituem o mundo dos sentidos, seres inteligíveis particulares, que constituiriam um mundo inteligível, e, visto que confundiam (o que era de desculpar a uma época ainda inculta) fenômeno e aparência, atribuíram realidade unicamente aos seres inteligíveis. De fato, se, como convém, considerarmos os objetos dos sentidos como simples fenômenos, admitimos assim que lhes está subjacente uma coisa em si, embora não saibamos como ela é constituída em si mesma, mas apenas conheçamos o seu fenômeno, isto é, a maneira como os nossos sentidos são afetados por este algo desconhecido”.

Kant.

Sobre a teoria do conhecimento kantiana, conforme o texto acima, seguem as seguintes afirmativas:

 

I. Desde sempre, os filósofos atribuíram realidade tanto aos seres sensíveis quanto aos seres inteligíveis.

II. Podemos conhecer, em relação às coisas em si mesmas, apenas seu fenômeno, ou seja, a

maneira como elas afetam nossos sentidos.

III. Porque podemos conhecer apenas seus fenômenos, as coisas em si mesmas não têm realidade.

IV. Os filósofos anteriores a Kant não diferenciavam fenômeno de aparência, e, assim,

consideravam que o fenômeno não era real.

V. As intuições puras da sensibilidade e os conceitos puros do entendimento incidem apenas em objetos de uma experiência possível; sem as primeiras, os segundos não têm significação.

 

Das afirmativas feitas acima

 

A. apenas II e IV estão corretas.

B. apenas II, IV e V estão corretas.

C. apenas II, III, IV e V estão corretas.

D. todas as afirmativas estão corretas.

E. todas as afirmativas estão incorretas.

 

6. “A assim chamada ‘filosofia mecânica’ (que antes da época de Newton não coincidia de modo algum com aquela parte da física que hoje chamamos mecânica) é baseada em alguns pressupostos: 1) a natureza não é a manifestação de um princípio vivo, mas é um sistema de matéria e movimento governado por leis; 2) tais leis podem ser determinadas com exatidão matemática; 3) um número muito reduzido dessas leis é suficiente para explicar o universo; 4) a explicação dos comportamentos da natureza exclui em princípio  qualquer referência às forças vitais ou às causas finais. Com base nestes pressupostos, explicar um fenômeno significa construir um modelo mecânico que ‘substitui’ o fenômeno real que se pretende analisar. Esta reconstrução é tanto mais verdadeira, isto é, tanto mais adequada ao mundo real, quanto mais o

modelo for construído só mediante elementos quantitativos e aptos para serem reduzidos às formulações da geometria. O mundo imediato da experiência cotidiana não é real (...) Reais são a matéria e os movimentos das partículas que constituem a matéria, que acontecem segundo leis determinadas. O mundo real é tecido de dados quantitativos e mensuráveis, bem como de espaço e de movimentos e relações no espaço. Dimensão, forma, situação de movimento das partículas (para alguns também a impenetrabilidade da matéria) são as únicas propriedades reconhecidas ao mesmo tempo como reais e como princípios explicativos da realidade”.

Paolo Rossi.

Considerando-se o texto acima, assinale qual característica NÃO pode ser atribuída ao mecanicismo ou filosofia mecânica

A. A redução da complexidade da natureza à matéria (partículas e suas propriedades espaciais) e

movimento.

B. O uso de modelos matemáticos para explicar a natureza.

C. A homogeneização da natureza: leis naturais matemáticas que valem em qualquer lugar e em qualquer tempo.

D. Em relação aos objetos da natureza, há distinção entre propriedades reais (invisíveis) e aquelas produzidas pelos sentidos (visíveis).

E. A importância explicativa do vitalismo e da teleologia (causas finais).

 

7. “A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro não é suficientemente considerável para que qualquer um possa com base nela reclamar qualquer benefício a que outro não possa também aspirar, tal como ele. (...) Desta igualdade quanto à capacidade deriva a igualdade quanto à esperança de atingirmos nossos fins. Portanto, se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo (...) esforçam-se por se destruir ou subjugar um ao outro. (...) Com isto se torna manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama de guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens”.

Hobbes.

Com base no texto citado, seguem as seguintes afirmativas:

 

I. Os homens, por natureza, são absolutamente iguais, tanto no exercício de suas capacidades físicas, quanto no exercício de suas faculdades espirituais.

II. Sendo os homens, por natureza, “tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito” é

razoável que cada um ataque o outro, quer seja para destruí-lo, quer seja para proteger-se de um possível ataque.

III. Na inexistência de um “poder comum” que “mantenha a todos em respeito”, a atitude mais racional é a de manter a paz e a concórdia na “esperança” de que todos e cada um atinjam seus fins.

IV. A condição dos homens que vivem sem um poder comum é de guerra generalizada, de todos contra todos.

V. O homem, por natureza, vive em sociedade e nela desenvolve suas potencialidades, mantendo relações sociais harmônicas e pacíficas.

 

Assinale a alternativa correta.

A. Apenas I está correta.

B. Apenas II e III estão corretas.

C. Apenas I e V estão corretas.

D. Apenas II e IV estão corretas.

E. Todas as afirmativas estão corretas.

 

8. “A passagem do estado de natureza para o estado civil determina no homem uma mudança muito notável, substituindo na sua conduta o instinto pela justiça dando às suas ações a moralidade que antes lhes faltava. É só então que, tomando a voz do dever o lugar do impulso físico, e o direito o lugar do apetite, o homem, até aí levando em consideração apenas sua pessoa, vê-se forçado a agir baseado em outros princípios e a consultar e ouvir a razão antes de ouvir suas inclinações. Embora nesse estado se prive de muitas vantagens que frui da natureza, ganha outras de igual monta: suas faculdades se exercem e se desenvolvem, suas ideias se alargam, seus sentimentos se enobrecem, toda sua alma se eleva a tal ponto que (...) deveria sem cessar bendizer o instante feliz que dela o arrancou para sempre e fez, de um animal estúpido e limitado, um ser inteligente e um homem”.

Rousseau.

Com base no texto, seguem as seguintes afirmativas:

I. A mudança significativa que ocorre para o homem, na passagem do estado natural para o estado civil, é a de que o homem passa a conduzir-se pelos instintos, como um “animal estúpido e limitado”.

II. A conduta do homem, no estado natural, é baseada na justiça e na moralidade e em conformidade com princípios fundados na razão.

III. Ao ingressar no estado civil, na sua conduta, o homem substitui a justiça pelo instinto e apetite, orientando-se, apenas, pelas suas inclinações e não pela “voz do dever” e sem “ouvir a razão”.

IV. Com a passagem do estado de natureza para o estado civil, o homem passa a agir baseado em princípios da justiça e da moralidade, orientando-se antes pela razão do que pelas inclinações.

V. Com a passagem do estado de natureza para o estado civil, o homem obtém vantagens que o faz

um “ser inteligente e um homem”, obtendo, assim a “liberdade civil”, submetendo-se, apenas, “à lei que prescrevemos a nós mesmos”.

 

Assinale a alternativa correta.

A. Apenas I e II estão corretas.

B. Apenas II e III estão corretas.

C. Apenas I e V estão corretas.

D. Apenas IV e V estão corretas.

E. Apenas II e V estão corretas.

 

9. “O utilitarismo é um tipo de teoria teleológica (de telos que, em grego, significa “fim”) ou consequencialista porque sustenta que a qualidade de um ato/regra de ação é função das conseqüências produzidas pelo ato/regra em questão. O utilitarismo de atos estatui que uma ação é correta se sua realização dá origem a estados de coisas pelo menos tão bons quanto aqueles que teriam resultados de cursos alternativos de ação. O utilitarismo de regras ensina que são corretas as ações que se conformam a regras de cuja observância geral resulta um estado de coisas pelo menos tão bom quanto o resultante de regras alternativas. (...) Para o consequencialismo, o bem é logicamente anterior ao correto, no sentido de que nenhum critério de correção pode ser estabelecido antes que uma concepção de bem tenha sido delineada. (...) Para o utilitarismo, o bem é a utilidade ...”

M. C. M. de Carvalho.

Com base no texto, seguem as seguintes afirmativas:

I. Na concepção moral utilitarista, é necessário, nos juízos morais, levar em consideração as consequências resultantes das ações praticadas.

II. Para o utilitarismo de regras, são consideradas boas as ações conforme a regras cuja observância resulta num estado de coisas tão bom, ou melhor, do que o estado de coisas resultante de regras alternativas.

III. Na concepção ética utilitarista, o princípio fundamental é o princípio da utilidade.

IV. Na concepção ética utilitarista, nenhum critério de correção no agir moral pode ser estabelecido com base numa determinada concepção de bem.

V. Há, em termos morais, apenas, uma única concepção utilitarista, por esta ser uma concepção moral deontológica.

 

Assinale a alternativa correta.

A. Apenas I e IV estão corretas.

B. Apenas II e IV estão corretas.

C. Apenas IV e V estão incorretas.

D. Apenas III e IV estão corretas.

E. Todas as afirmativas estão incorretas.

 

10 “Só pelo fato de que tenho consciência dos motivos que solicitam minha ação, esses motivos já são objetos transcendentes para minha consciência, estão fora; em vão buscaria agarrar-me a eles, escapo disto por minha existência mesma. Estou condenado a existir para sempre além de minha essência, além dos móveis e dos motivos de meu ato: estou condenado a ser livre. Isto significa que não se poderia encontrar para a minha liberdade outros limites senão ela mesma, ou, se se prefere, não somos livres de cessar de ser livres. (...) O sentido profundo do determinismo é o de estabelecer em nós uma continuidade sem falha da existência em si. (...) Mas em vez de ver transcendências postas e mantidas no seu ser por minha própria transcendência, supor-se-á que as encontro surgindo no mundo: elas vêm de Deus, da natureza, da ‘minha’ natureza, da sociedade. (...) Essas tentativas abortadas para sufocar a liberdade – elas desmoronam quando surge, de repente, a angústia diante da liberdade – mostram bastante que a liberdade coincide no fundo com o nada que está no coração do homem”.

Sartre.

Com base no texto, seguem as seguintes afirmativas:

I. No homem, a existência precede a essência.

II. Em sua essência, o homem é um ser determinado quer seja, ou por Deus, ou pela natureza, ou pela sociedade.

III. Os limites da minha liberdade são estabelecidos pelos valores religiosos, estéticos, políticos e

sociais.

IV. “O homem não está livre de ser livre”, pois não é possível “cessar de ser livre”.

V. A liberdade humana, em suas escolhas, se orienta por valores objetivos e pré-determinados.

Assinale a alternativa correta.

A. Apenas II está correta.

B. Apenas I e IV estão corretas.

C. Apenas II e IV estão corretas.

D. Apenas III e V estão corretas.

E. Todas as afirmativas estão corretas.

 

11. “Existe sempre um aspecto inteligível na experiência estética da arte que não deve ser negligenciado. Sem a interpretação daquele que vê ou ouve, sem a construção de sentido por aquele que percebe, não há beleza ou obra de arte”.

Charles Feitosa.

A partir da citação acima é correto afirmar que

 

A. a capacidade de apreciar a beleza se dá exclusivamente pelos órgãos dos sentidos.

B. a reflexão e a racionalidade não interferem na apreciação estética.

C. a arte é para sentir e não para pensar.

D. a fruição da beleza na arte não coincide inteiramente com a mera experiência sensorial, mas exige também a participação do pensamento.

E. como o termo “estética” remete à expressão grega aisthesis, que significa “percepção por meio dos sentidos e/ou dos sentimentos” a estética é uma ciência exclusivamente da sensibilidade.

 

12. “No curso dos séculos, reconheceu-se a existência de coisas belas e agradáveis e de coisas ou fenômenos terríveis, apavorantes e dolorosos (...) No século XVIII o universo do prazer estético divide-se em duas províncias, a do Belo e a do Sublime (...) Tudo aquilo que pode despertar ideias de dor e perigo, isto é, tudo aquilo que seja, em certo sentido, terrível ou que diga respeito a objetos terríveis, ou que atue de modo análogo ao terror é uma fonte de Sublime, ou seja, é aquilo que produz a mais forte emoção que o espírito é capaz de sentir (...) [Mas, o terror] só é deleitável quando há um distanciamento da coisa que faz medo, donde, uma espécie de desinteresse em relação à ela. Dor e terror são causa de Sublime se não são realmente nocivos”.

Umberto Eco.

Acerca do Sublime é correto afirmar que

A. refere-se, exclusivamente, a puras criações da imaginação, sem a presença de objetos externos.

B. ele se opõe ao Belo, por isso não é um problema da Estética.

C. este sentimento leva nossa natureza sensível a perceber seus próprios limites, uma vez que a

experiência do Sublime, diante dos espetáculos da natureza, ultrapassa nossa sensibilidade.

D. terremotos, tempestades, rochedos arrojados, furacões, vulcões em toda sua violência destrutiva e o oceano enfurecido são exemplos de Sublime e, quanto maior for o perigo, quanto mais próximo dele estiver o espectador mais intensa será a experiência, uma vez que a sensação de possuir o horror será maior.

E. nenhum artista tentou representar a experiência do sentimento do Sublime por saber de antemão que ele é da ordem do irrepresentável.