O ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO / ADM PUBLICA

 

CONCEITO

O assédio moral, também pode ser compreendido como um terrorismo psicológico, ou psicoterrorismo, a advogada trabalhista, Vilja Marques Asse 2004, em sua publicação no Júris Síntese de agosto[1], conceitua: “Assédio moral psicoterrorismo é a exposição dos trabalhadores e das trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas, durante a jornada de trabalho e no exercício das funções profissionais”.

Também têm diferentes formas de expressão, como Euler Sinoir de Oliveira 2004, Bacharel em direito pela UNESC, descreve em seu artigo[2] ,”A expressão harcelement (assédio moral), na França; bullying (tiranizar) na Inglaterra; mobbing (molestar), nos Estados Unidos ou murahachibu (ostracismo social), no Japão correspondem ao que, nas leis ou projetos de lei brasileiras denomina-se de assédio ou coação moral”

A médica do trabalho Margarida Barreto 2005, o define como uma violência moral, em recente reportagem publicada pela revista Veja de julho de 2005[3], ela descreve: “A violência moral nas empresas tem contornos sutis”. “Coação, humilhação e constrangimento são situações comuns que muitas vezes nem são percebidas pelas vítimas como um ato de violência”.

Também os Tribunais têm reconhecido o assédio moral no trabalho como um fenômeno atuante; o Sr. Juiz Vice-presidente Cláudio Armando Couce de Menezes 2004, do TRT da 17ª Região, em seu artigo publicado[4] nos dá a seguinte noção: “Assédio moral, manipulação perversa, terrorismo psicológico ou. ainda mobbing, bullying ou harcelement moral, é um mal que, apesar de não ser novo, começa a ganhar destaque na sociologia e na medicina do trabalho, estando por merecer também a atenção dos juristas”.

Algumas Câmaras Municipais, já se interessaram em regular as relações de trabalho entre os funcionários das administrações públicas, como no caso da Câmara Municipal da cidade de Cascavel, Pr, República Federativa do Brasil, que preceituou sob a Lei nº 3.243/2001 como Assédio Moral[5]: “ação gesto ou palavra, que atinja a auto estima, a segurança, a dignidade e moral de um servidor ou funcionário, fazendo-o duvidar de si e de sua competência, causando-lhe constrangimento ou vergonha, implicando em dano ao ambiente de trabalho, à evolução da carreira profissional, à estabilidade ou equilíbrio do vínculo empregatício e a saúde física ou mental do servidor funcionário”

(www.assediomoral.org/site/legisla/PRcascavel) em 05/10/2005.

 

Fenômenos Vertical e Horizontal

“A humilhação no trabalho envolve os fenômenos: vertical e horizontal”, como descreve a advogada Vilja Marques Asse 2004,[6] “O fenômeno vertical se caracteriza por relações autoritárias, desumanas e aéticas, onde predomina os desmandos, a manipulação do medo, a competitividade, os programas de qualidade total associado a produtividade. Com a reestruturação e reorganização do trabalho, novas características foram incorporadas a função: qualificação, polifuncionalidade, visão sistêmica do processo produtivo, rotação das tarefas, autonomia e flexibilização”. “O fenômeno horizontal está relacionado a pressão para produzir com qualidade e baixo custo. O medo de perder o emprego e não voltar ao trabalho formal favorece a submissão e fortalecimento da tirania. O enraizamento e disseminação do medo no ambiente de trabalho, reforça atos individualistas, tolerância aos desmandos e práticas autoritárias no interior das empresas que sustentam a cultura do contentamento geral. Enquanto os adoecidos ocultam a doença e trabalham com dores e sofrimentos, os sadios que não apresentam dificuldades produtivas, mas que carregam a incerteza de vir a tê-las, mimetizam o discurso dos chefes e passam a discriminar os ‘improdutivos’, humilhando-os” [7](www.assediomoral.org) em 05/10/2005.

O trabalhador quando acidentado ou adoecido pode sofrer assédio moral tanto por parte dos seus supervisores, chefes (vertical) como por seus colegas de serviço (horizontal), o site [8](www.assediomoral.org) em 05/10/2005, relaciona alguns fatos que evidenciam o assédio:

“- Ter outra pessoa no posto de trabalho ou função;

 - Colocá-lo em local sem nenhuma tarefa e não dar tarefa;

 - Ser colocado sentado olhando os outros trabalhar, separado por parede de vidro daqueles que trabalham;

 - Não fornecer ou retirar todos os instrumentos de trabalho;

 - Isolar os adoecidos em salas denominadas dos compatíveis;

 - Estimular a discriminação entre os sadios e adoecidos, chamando-os pejorativamente de podres, fracos, incompetentes, incapazes;

 - Diminuir salários quando retornam ao trabalho;

 - Demitir após a estabilidade legal;

 - Ser impedido de andar pela empresa;

 - Telefonar para casa do funcionário e comunicar à família que ele ou ela não quer trabalhar;

 - Controlar as idas a médicos, questionar acerca do falado em outro espaço;

 - Impedir que procurem médicos fora da empresa;

 - Desaparecer com os atestados;

 - Exigir o código internacional de doenças – CID – no atestado como forma de controle;

 - Colocar guarda controlando entrada e saída e revistando as mulheres;

 - Não permitir que conversem com antigos colegas dentro da empresa;

 - Colocar um colega controlando o outro, disseminando a vigilância e desconfiança;

 - Dificultar a entrega de documentos necessários à concretização da perícia médica pelo INSS;

 - Omitir doenças e acidentes;

 - Demitir os adoecidos ou acidentados do trabalho”.

Também a Revista Veja 2005, demonstra o assédio vertical, quando em publicação descreve o seguinte:[9] “Se na empresa onde você trabalha seu chefe age continuadamente de acordo com um ou mais dos comportamentos listados, é provável que você integre um enorme grupo de empregados vitimados por um assédio moral.

Seu chefe ultrapassa o limite quando:

Dá instruções confusas e imprecisas;

Bloqueia o andamento do seu trabalho;

Atribui a você erros imaginários;

Ignora a sua presença na frente dos outros;

Tenta forçá-lo a pedir demissão;

Impõe horários injustificados;

Fala mal de você ou espalha boatos a seu respeito;

Pede trabalhos falsamente urgentes;

Determina a execução de tarefas muito abaixo da atribuição de seu cargo;

O isola da convivência com os colegas;

Retira seus instrumentos de trabalho;

Deixa de lhe passar tarefas;

Agride você de qualquer maneira;

Proíbe seus colegas de falar com você;

Manda a você cartas de advertência protocoladas”.

 

Não só os atos, mas também as frases, são muito utilizadas pelos agressores, segundo Euler Sinoir de Oliveira 2004[10], “Várias são as frases mais usadas pelo agressor, e as que provocam maiores reações são as seguintes:

1. Você é mesmo difícil...Não consegue aprender as coisas mais simples. Até uma criança faz isso... e só você não consegue!

2. É melhor você desistir. É muito difícil e isso é para quem tem garra. Não é para gente como você!.

3. Se você ficar pedindo para sair mais cedo, vou ter de transferí-lo de empresa...de setor...de horário!

4. Seu trabalho é ótimo, maravilhoso...mas a empresa neste momento não precisa de você!

5. Vou ter de arranjar alguém que tenha uma memória boa para trabalhar comigo, porque você...esquece tudo!

6. Ela faz confusão com tudo...É muito encrenqueira. É histérica, é mal casada, não dormiu bem...é falta de ferro! Vai ver que brigou com o marido!

7. A empresa não é lugar pra doente. Aqui você só trabalha!

8. Você é mole...frouxo...Se você não tem capacidade para trabalhar, fica em casa”.

 

A explicitação do assédio moral:

“Gestos, condutas abusivas e constrangedoras, humilhar repetidamente, inferiorizar, amedrontar, menosprezar ou desprezar, ironizar, difamar, ridicularizar, risinhos, suspiros, piadas jocosas relacionadas ao sexo, ser indiferente à presença do/a outro/a, estigmatizar os/as adoecidos/as pelo e para o trabalho, colocá-los/as em situações vexatórias, falar baixinho acerca da pessoa, olhar e não ver ou ignorar sua presença, rir daquele/a que apresenta dificuldades, não cumprimentar, sugerir que peçam demissão, dar tarefas sem sentido ou que jamais serão utilizadas ou mesmo irão para o lixo, dar tarefas através de terceiros ou colocar em sua mesa sem avisar, controlar o tempo de idas ao banheiro, tornar público algo íntimo do/a subordinado/a, não explicar a causa da perseguição, difamar, ridicularizar.As manifestações do assédio segundo o sexo:

Com as mulheres: os controles são diversificados e visam intimidar, submeter, proibir a fala, interditar a fisiologia, controlando tempo e freqüência de permanência nos banheiros. Relaciona atestados médicos e faltas a suspensão de cestas básicas ou promoções.

Com os homens: atingem a virilidade, preferencialmente” (www.assediomoral.org)[11] em 05/10/2005.

 

Causas e Efeitos

Vilja Marques Asse 2004[12], faz seu comentário sobre as causas e feitos em seu artigo elucidando “Em geral a pessoa assediada é escolhida porque tem características pessoais que perturbam os interesses do elemento assediador”, “...enquanto as mulheres são mais humilhadas e expressam sua indignação com choro, tristeza, ressentimento e mágoas, estranhando o ambiente ao qual identificava como seu, os homens sentem se revoltados, indignados, desonrados, com raiva, sobressaindo o sentimento de inutilidade, fracasso e baixa auto estima. Isolam se da família, evitam contar o acontecido aos amigos, passando a vivenciar sentimentos de irritabilidade, vazio, revolta e fracasso, sendo que alguns até tentam o suicídio”. “As doenças causadas pelo assedio moral são a depressão, a hipertensão, dores generalizadas pelo corpo, tensão no pescoço, gastrite e distúrbios do sono”.

“Alterações do sono, dificuldade para dormir, pesadelos, interrupções freqüentes do sono, insônia”.

“Alteração da capacidade de concentrar se e memorizar (amnésia psicogena, diminuição da capacidade de recordar os acontecimentos)”.

“Sensação negativa de futuro. Vivência depressiva”.

“Aumento do peso ou emagrecimento exagerado. Distúrbios digestivos. Hipertensão arterial. Tremores. Palpitações”.

“Falta de equilíbrio quanto as manifestações emocionais, por exemplo, com crises de choro ou de raiva”.

“Pedido de demissão”.

“Tensão nos relacionamentos afetivos”.

“Tomando com base o acima exposto, em um País como o Brasil, onde cresce o reconhecimento e debate sobre os efeitos nefastos da violência moral, e o estudo de medidas com o objetivo de coibir tal prática, é necessário estimular os legisladores para que esbocem uma legislação específica sobre o assunto para que a nossa tão mal falada saúde pública não continue a arcar com prejuízos de tal monta, sem esquecer a dignidade da pessoa humana, os crimes a serem tipificados pelo agressor, levando, em conseqüência, uma redução dos números de assédios morais”, são alguns dos itens que Euler Sinoir de Oliveira[13], menciona em seu artigo.

Vejamos alguns depoimentos publicados pela revista Veja em julho de 2005[14], de pessoas que sofreram assédio moral no trabalho.

“A empresa em que eu trabalhava foi privatizada e passei a ser pressionada a aderis a um plano de demissão voluntária. Como resisti, fui passada de funções executivas para o preenchimento de formulários. Eu e outros colegas abandonados num prédio antigo. Sem cadeiras, sentávamos em latões de lixo. No prédio novo, fomos postos em exposição numa sala de vidro. Eu era chamada de javali – porque não valia mais nada. Até hoje tenho problemas físicos e psicológicos decorrentes daquela época”.

“Durante cinco anos vivi uma situação de abuso diário. O gerente da empresa me submetia a situações humilhantes. Na frente de todos, me abraçava por trás, pressionando meus seios e fixando os olhos no meu decote. Dava tapinhas e beliscões nas minhas nádegas quando eu passava pelos corredores. Fazia o mesmo com outras moças. Mesmo nos dias mais quentes, usávamos gola alta e casacos, como forma de proteção. Como eu tinha dívidas e havia tomado um empréstimo da empresa, ele fazia questão de deixar claro que eu estava nas mãos dele. O pesadelo só chegou ao fim quando tomei coragem de deixar a empresa e denunciar o caso à justiça. Ganhei a causa, mas não consegui me livrar do trauma”.

“Durante um ano e quatro meses vivi num inferno, como vendedor de uma companhia de bebidas. A ordem da gerencia era ridicularizar quem não cumpria as metas. Nas reuniões que precediam as nossas saídas para a rua, cada vendedor relatava os resultados do dia anterior. Quando eu era um dos que não tinham alcançado a meta, me via obrigado a pagar prendas, como subir na mesa e fazer flexões. Ao mesmo tempo meus colegas eram instigados pelos gerentes a passar por um corredor polonês formado pelos colegas, ouvindo palavrões e ofensas, como ‘burro’, e ‘imprestável’. Em seguida, eu ia para o banheiro e chorava escondido. Um dia de trabalho depois disso era o maior sacrifício. Em casa, vivia estressado brigava com a minha mulher. Vivia a ponto de explodir”.

 

REPARAÇÃO

Apesar de parecer que assédio moral seria uma nova determinação de abusos e perseguições, ele não é atual, historicamente há muito que se fala sobre o assunto, embora no Brasil a conotação ganhou espaço com o advento do novo Código Civil. Na edição antiga o art 159[15] que tratava sobre os Atos Ilícitos, tinha a seguinte redação: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”, já na versão atual o art. 186[16] que trata do mesmo assunto, descreve: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Ou seja, a pessoa que é vítima de um assédio moral, que compromete a relação de convivência com colegas de trabalho, com seus familiares, que sua saúde vai se debilitando, e seu desempenho deixa a desejar, no final tudo isso culmina para um dano moral, assim devidamente estabelecido pelo Novo Código Civil, a pessoa tem direito a reparação por este dano sofrido.

O trabalhador que sofre desta violência moral, geralmente pelo superior hierárquico, mas também como vimos pela condição horizontal, pode ser acometido por funcionários do mesmo escalão, tem seu direito de reparação assegurado pelo art. 927[17] do Cód Civil que determina: “Aquele que, por ato ilícito (arts 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. Neste caso o assédio moral evoluiu para um dano moral, mas então o que seria dano moral? O Sr. Juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região Renato Hehanna Khamis 2002[18], em seu livro mostra-nos a seguinte definição: “Configura-se o dano moral, no âmbito trabalhista se direitos morais ou de personalidade forem atingidos e lesados por atos abusivos e ilícitos, praticados pelo empregado ou pelo empregador, e que tenham pertinência à relação de emprego mantida entre as partes”.

Também a Constituição Federal ampara a reparação através do art[19] “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e á propriedade” e no parágrafo V[20]: “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano moral ou à imagem;”.

Neltair Picolotto 2003, transcreve em seu livro[21] o AC nº 49.415 Des. Trindade dos Santos “ RESPONSABILIDADE CIVIL – DANO MORAL – INDENIZAÇÃO – VALOR – RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO ‘ Na hipótese de dano moral, sendo prudencial a estimação do quantitativo indenizatório, o pagamento pecuniário há que representar, para o ofendido, uma satisfação que psicologicamente, possa neutralizar ou, ao menos, anestesiar parcialmente os efeitos dos dissabores impingidos. A eficácia da contraprestação a ser fornecida residirá, com exatidão, na sua aptidão para proporcionar tal satisfação, de modo que, sem que configure um enriquecimento sem causa para o ofendido, imponha ao causador do dano um impacto suficiente, desestimulando-o a cometer novos atentados similares contra outras pessoas”.

Conclui-se com isso que o magistrado que arbitrar sobre o dano moral, promovido na relação, quanto ao ressarcimento à vítima, que haja pela prudência e bom senso, assim também o Sr. Juiz Togado de Carreira do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, Walmir Oliveira da Costa 2003, demonstra que existem outras formas de reparação, que não só impunha-se o monetário[22], “Quanto a forma de reparação do dano moral, a hipótese mais freqüente é a pecuniária. No entanto, existem outras modalidades de reparação (obrigação de fazer ou não fazer), pois o dinheiro não tem o condão de reparar a lesão de forma integral, servindo apenas para compensar ou diminuir as conseqüências da lesão ao patrimônio imaterial da vítima”.

 

BIBLIOGRAFIA

- ASSE, Vilja Marques. Um fenômeno chamado psicoterrorismo. Disponível no JURÍS SÍNTESE nº 48 – JUL/AGO de 2004.

- OLIVEIRA, Euler Sionir, Assédio Moral: sujeitos, danos à saúde e legislação, REVISTA JUSTIÇA DO TRABALHO nº 243 pp 58-68, Porto Alegre, Mar. 2005, HS Editora.

- REVISTA VEJA Assédio Moral O lado sombrio do trabalho, pp 105-108, jul. 2005.

- Menezes, Cláudio Armando Couce. Assédio Moral e seus efeitos jurídicos, REVISTA JUSTIÇA DO TRABALHO ANO 21 Nº 242 pp 7 Porto Alegre, Fev. 2004 HS Editora.

- www.assediomoral.org.br

- www.assediomoral.org.com

- Código Civil 54ª Edição – São Paulo, 2003 Ed. Saraiva.

- KHAMIS, Renato Mehanna. Dano Moral Dispensa Imotivada de portador do Vírus HIV, pp 44 Editora LTR São Paulo, 2002.

- PICCOLOTTO, Neltair. O Dano Moral Caracterização e Reparação, pp.104-105 OAB/SC Editora, Florianópolis, 2003.

- COSTA, Walmir Oliveira. Dano Moral nas Relações Laborais, pp. 35 Juruá Editora – Curitiba, 2003, 2ª Edição.

 

 

 

 

 


ÉTICA E QUALIDADE

 

MORAL E PADRÃO DE QUALIDADE

 O objetivo é a qualidade e a satisfação do cliente, diminuindo os custos de produção e tendo um quadro de colaboradores enxuto, para isso, é preciso a participação de todos, melhorando as técnicas de fabricação.

      Esta qualidade só é obtida através de formação de grupos por setores, também implantando normas e padrões como o programa de qualidade total. EX: O funcionário que comanda o grupo terá a incumbência de monitorar todo o processo de cada individuo, sendo que ele é responsabilizado por qualquer falha.

    A empresa que mais responsabilidade oferece aos seus colaboradores possibilita que os mesmos sejam cada vez mais produtivos, assim tornar-se-á mais rica moralmente, pois, a economia divide a moral em duas, a factual que abrange os fatos que acontecem e a normativa que abrange as normas e as regras que devem ser seguidas.

 O ambiente da empresa e seus relacionamentos são fundamentais para o programa de melhoria de qualidade, ocorre a falha neste programa quando a empresa não deixa seus objetivos claros aos seus integrantes.

O profissional deve se adequar às normas isso só ocorre se ele aceitar internamente, ai se observa grandes alterações, melhorando a qualidade e esta se torna parte de ética da empresa.

 Cada (atividade) possui seu próprio código de ética e as empresas se adaptam a estes para melhor atender suas necessidades e assim criam o seu próprio código, a discussão surge quando ocorre uma atuação que não descumprindo a lei do país a empresa precisa de uma solução. Ao surgir um conflito que não esteja dentro dos códigos éticos da empresa, o supervisor deve procurar resolver expondo a situação a seu superior desde que ele não faça parte da situação, esclarecendo o fato ocorrido para que este passa lhe auxiliar na solução do problema, não havendo saída deve-se procurar um órgão superior para sanar a situação.

    Cada violação deve ser identificada e tratada pelo seu superior de modo que se não for trará um prejuízo para a empresa e o código de ética não tem como estabelecer todas as situações possíveis determinadas dentro da empresa, sendo que cada situação é única e deve ser tratada de modo que não prejudique o cliente.

   A empresa deve trabalhar de maneira flexível no que diz respeito ao seu código interno, pois para um problema a sempre varias formas de soluções.

 

ÉTICA E QUALIDADE

A ética e a qualidade andam juntas e são meios para a evolução da administração, sendo analisado o comportamento do cliente por meio de uma área e outra. A ética é uma das vantagens para que o consumidor possa ter escolha, sendo que a qualidade é um dos fatores que hoje é discutido por razões de absorver todo e qualquer tipo de cliente. A preferência do cliente com certeza se definirá pela qualidade garantida e segurança do produto oferecido. Mas com certeza a ética é a parte fundamental do desenvolvimento no meio empresarial; assim as empresas oferecem seus produtos e serviços para poderem se desenvolver e ter credibilidade no mercado.

Segundo Lisboa (1997) “a maioria dos clientes não satisfeitos não reclamam, há 26 outros clientes insatisfeitos, sendo que os fatos mostram que seis tem problemas sério, os fatos mostram que de 65 a 90% dos clientes que não reclamam não voltam mais a comprar o produto ou serviços que não os satisfizeram, além disso, em geral as empresas não ficam sabendo que perderam clientes”.

De acordo com Lisboa, em geral os processos de melhoria de qualidade nas empresas tem como objetivo a busca da conformidade com os requisitos dos clientes, a prevenção de falhas, a perda zero e a eliminação dos custos que não agregam valor, sendo todas a metas sob liderança participativa.

As empresas precisam ter os melhores equipamentos, programas atualizados e modernos que se adaptem ao crescimento da empresa acompanhando as evoluções e as exigências do mercado. Percebemos assim, que há um aumento da qualidade nos controles e na integração dentro da empresa, sendo que cada participante se organiza na qualidade e controle que ele desempenha.

Conforme Lisboa (ano, p.) “o embasamento ético na busca por padrões de qualidade fica muito claro neste objetivo de envolver os executores das tarefas”. Temos o exemplo do profissional que assume a responsabilidade de fechamento de um balanço patrimonial, pois qualquer que seja o profissional envolvido, neste caso um contador, desde que esteja bem preparado, substitui outro em qualquer situação. Definindo assim a qualidade do serviço prestado e a ética do profissionalismo.

A moral e a conduta pela economia, podem ter formas que se relacionam com fatos apurados e fatos que acontecem num plano já determinado. Por exemplo, uma loja que vende seus produtos e não tira nota fiscal, está indo contra as normas de qualidade e ética da responsabilidade e da honestidade de sua função.

Hoje as normas se definem dentro dos padrões de qualidade de sua empresa, significando sucesso nos serviços estabelecidos com total participação de qualidade que pode sofrer mudanças técnicas e informativas no seu mecanismo de controle e planejamento dependendo da administração. O ambiente por sua vez também é envolvido pela formação de cada funcionário, adequando-se aos motivos para reconhecimento de suas funções executadas.

O esforço usado para melhoria da qualidade, determina os segmentos do mercado fazendo uma relação entre os clientes e os funcionários, havendo assim uma fidelização entre ambos. Toda intenção de promover melhoria ao cliente e seleção de padrão de qualidade do produto ou serviço atinge vários setores da organização agregando, desta forma, valor à mesma.

Há um exemplo de normas e garantia de normas da qualidade implantada nas organizações que possuem a cerificação ISO, isto significa maior qualidade da produção e dos serviços prestados.

Conforme Lisboa (ano, p.) “a certificação ISO 9000 é muito respeitada, tendo sido concedida a mais de 20.000 empresas no mundo”.

 

ÉTICA E CONDUTA NAS ORGANIZAÇÕES

Considerando que não existe um manual de padronização geral para a aplicação da ética em todas as áreas, cada organização estipula seus preceitos conforme sua atuação no mercado, sendo que, para cada tipo de atividade exige-se uma conduta específica regida por leis e pelo mercado em si. Sabe-se também que esta varia de acordo com a cultura de cada região.

Entretanto, a atividade contábil no Brasil, possui o seu próprio código de ética, trazendo uma certa padronização de atuação neste mercado, com o qual consegue-se, além do engrandecimento, a valorização do profissional atuante na área. Lembrando que neste caso, a conduta ética dos contadores, em todas as organizações, deve ser muito semelhante.

Observou-se em diversos estudos ao longo do tempo que, auditores com culturas heterogêneas (ético culturais), formataram relatórios diferenciados para as mesmas empresas em situações idênticas, isto também vem de encontro com cada tipo de vivência empresarial que eles tiveram durante sua aculturação profissional.

A conduta organizacional baseia-se, muitas vezes, em modelos que se relacionam à ética almejada como um ideal para a organização, e não como algo que deve estar presente e ser trabalhado pela cultura empresarial. O cliente espera que suas expectativas sejam atendidas e suas necessidades satisfeitas, com produtos e serviços de qualidade. Então, a ética e a qualidade não são mais vistas como diferenciais nas empresas, mas sim como algo necessário para que as mesmas permaneçam no mercado.

Quando nos depararmos com violação do código de ética o que muitas vezes assemelha-se com conflitos de interesse, se ocorrer falhas no apontamento deste conflito, poderá trazer conseqüências muito graves para o indivíduo e para a organização. Os controles e códigos são formadores de opinião positiva, relacionando o cliente à qualidade do produto ou do serviço oferecido pela empresa, entretanto não temos como estabelecer regras e controles para todas as situações mesmo porque as circunstâncias são heterogêneas e enquanto a maioria dos conflitos não pode ser solucionada necessita que deixemos bem evidente o esforço para que o cliente não fique prejudicado, para isso requer que a empresa fomente a responsabilidade do colaborador e que o mesmo tenha senso de propriedade do negócio.

 

CONCLUSÃO

Segundo Lisboa (1997) ”A evolução econômica e social materializa-se em mudanças culturais que renovam ou criam novos conceitos e técnicas,  e a busca por qualidade total é uma delas”. 

Essa união entre Moral e os padrões de qualidade, ética profissional e os programas de melhoria de qualidade e relação entre ética e conduta nas organizações são de extrema importância porque a ética investiga e explica  todas as inovações ou alterações de valores no comportamento de uma organização, a busca de qualidade total é a manifestação de alteração moral  na qual a sociedade está investindo tendo como foco o cliente.

Conforme Lisboa (1997) os padrões de ética e qualidade de maior sucesso nas organizações, hoje, enfatizam estratégia e coordenação.

 

BIBLIOGRAFIA

Normas Brasileiras de Contabilidade NBC-T-11. Normas de Auditoria Independente

das Demonstrações Contábeis. Conselho Federal de contabilidade, 2 ed., 1990.

LISBOA, Lazaro Plácido. Ética geral e Profissional em Contabilidade. São Paulo –

ATLAS 1997.

 


 

 

A ÉTICA EMPRESARIAL EM UMA ECONOMIA GLOBALIZADA

 

CONCEPÇÕES DA ÉTICA E NEGÓCIOS INTERNACIONAIS

            Segundo Ferrel (2001) quando viajam, os homens de negócios notam às vezes diferentes modos de operação no exterior, antes de um produto ser posto a venda, uma equipe de inspetores do governo precisa visitar a fábrica onde ele é fabricado, cabendo ao industrial pagar as despesas de viagem da equipe e até 10 mil dólares de honorários pela visita. O relecenciamento de venda do produto deve ser solicitado a cada dois anos. Se a licença inicial caduca, todas as remessas do produto ficam em quarentena e são submetidas a teste de laboratório ao custo de  200 a 300 dólares por artigos. Um levantamento feito pelo Banco Mundial entre importadores de computadores na Ucrânia revelou que 71% deles pagavam propinas a funcionários do governo.

 

A CULTURA COMO UM FATOR NOS NEGÓCIOS

            Segundo Ferrel (2001) com as tomadas de decisões na arena global,  teremos que focalizar os conflitos entre pessoas e empreendedores dos conceitos mais difíceis de compra e aplicar no ambiente empresarial é o ideal. Uma vez que costumes, valores e éticos variam de uma pessoa para companhia, e mesmas sociedades, as questões concorrentes de atividades de empresas nacionais freqüentemente diferente das operações nos seus países de origem muitas vezes com diferentes culturas. Por isso mesmo é importante analisar o conceito de cultura que se aplica ao ambiente global, definida como tudo que há ao redor, criando por seres humanos tanto conceitos e valores. Conseqüências distintas sobre atividades empresariais são aceitáveis ou antiéticas. Por isso mesmo, quando realiza negócios internacionais, a pessoa encontra valores crenças e idéias que podem divergir das suas em razão de diferenças culturais. Razão essas diferenças incluem as que observamos na fala e na linguagem corporal, problemas de tradução para outro idioma tornam freqüentemente difícil para quem faz negócios expressar exatamente o que tem em mente. Diferenças culturais quanto à linguagem corporal também podem dar origem a mal-entendidos, essa linguagem muda geralmente inconscientemente, é um modo de comunicação por meio de gestos, posturas e expressões faciais. Uma questão critica ligada a diferenças culturais é a de definir quais valores e padrões éticos tem precedência em negociações e transações comerciais. Quando fazem negócios no exterior, devem os empresários impor seus valores, padrões éticos e mesmo leis aos membros de outras culturas.

ADAPTANDO SISTEMAS ÉTICOS À ESTRUTURA GLOBAL:

O RELATIVISMO CULTURAL

            Segundo Ferrel (2001) o relativismo cultural é o conceito de que a moralidade varia de uma cultura para a outra, uma vez que práticas comerciais são definidas como certas ou erradas  segundo a cultura. Como acontece com todas as filosofias, os relativistas seguem um continuum, alguns deles professam o relativismo ético: a convicção de que, sem exceções, uma única cultura define para todo o globo o que é  comportamento ético para eles, não pode haver poderes éticos, exceto o da cultura em que é feita a transação, a vantagem dessa convicção é que os que a adotam podem sempre ajustar a ética à cultura estrangeira particular. Mas há uma desvantagem: podem entrar em conflito com seus próprios padrões morais individuais e talvez com os valores de sua cultura e seu sistema legal, a medida que os negócios tornam-se mais globais e proliferam as empresas multinacionais, aumentam as possibilidades de conflito ético.

 

A EMPRESA MULTINACIONAL

            Segundo Ferrel (2001) as empresas multinacionais são pessoas jurídicas que operam em escala global e sem quaisquer laços importantes com uma única nação ou região, não é raro por exemplo, encontrar uma empresa multinacional com sede no México, que opere na Venezuela, em Porto rico e nos Estados unidos, dominando esses mercados com seus produtos. As EMNs representam o nível mais alto de compromissos empresariais internacionais e caracterizam-se por uma estratégia global de investimentos, produção e distribuição. Devido a seu tamanho e poder financeiro, as multinacionais foram alvo de muitas críticas por motivos éticos, ao mesmo tempo em que se debatia acaloradamente o impacto que elas produzem sobre os países onde operam. As atividades das multinacionais podem dar origem também a problemas de concorrência desleal, devido à sua natureza diversificada elas podem tomar empréstimos, comprometendo todas as fontes locais de capital, pouco sobrando para as empresas nacionais. Foram acusadas também de não arcar com uma parcela justa do custo do desenvolvimento social, freqüentemente utilizam tecnologias avançadas que companhias locais não tem meios de adquirir e não podem implementar por falta de operários especializados. As EMNs, dessas maneira, tornam-se mais produtivas e podem pagar salários mais altos a seus empregados. Devido a tecnologia avançada, contudo contratam menos gente do que fariam as firmas locais para fabricar o mesmo produto, e dadas as suas economias de escala, podem negociar também taxas fiscais mais baixas, ao manipular transferências de pagamentos entre filiais, podem pagar menos impostos em todos os paises, o resultado de tudo isso é que elas concorrem deslealmente. Embora as EMNs não sejam necessariamente antiéticas, seu tamanho e seu poder parecem muitas vezes ameaçadores aos países menos desenvolvidos, os problemas éticos que elas enfrentam têm origem em exigências conflitantes feitas por pontos de vistas opostos, diferenças culturais podem ser tão importantes quanto diferenças em interesses econômicos. Grande e poderosas como são, elas precisam de um cuidado extra par tomar decisões éticas que não apenas alcancem seus objetivos mas beneficiem também os países onde fabricam ou vendem seus produtos. Por isso mesmo, nos Estados Unidos, a prática de pagamento de comissões tornou-se uma decisão de cunho social, e não apenas empresarial.

 

UM CÓDIGO DE ÉTICA UNIVERSAL

Segundo Ferrel (2001), códigos de Ética expressam sempre uma concepção de homem e de sociedade que determina a direção das relações entre os indivíduos. Tradu-zem-se em princípios e normas que devem se pautar pelo respeito ao sujeito humano e seus direitos fundamentais. Por constituir a expressão de valores universais, tais como os constantes na Declaração Universal dos Direitos Humanos; sócio-culturais, que refletem a realidade do país; e de valores que estruturam uma profissão, um código de ética não pode ser visto como um conjunto fixo de normas e imutável no tempo. As sociedades mudam, as profissões transformam-se e isso exige, também, uma reflexão contínua sobre o próprio código de ética que nos orienta. A primeira função de um código de ética é, justamente, a de tornar explícito o padrão que o grupo a que se dirige considera aceitável. Uma das funções de um código de ética é tentar, antes de tudo, articular os valores afirmados por um grupo e, em seguida, dar uma concretude maior a eles: as normas que enuncia tentam funcionar como instrumentos para realizar os valores afirmados. Visto a partir dessa sua função, um código de ética não deve ser entendido apenas como sendo primariamente um instrumento disciplinar, repressivo, de controle. Mesmo um ambiente “eticamente saudável” seria beneficiado com o esforço de articular e “pôr no papel”, na forma de um código, aquilo que compõe seu padrão ético. Um código de ética, portanto, não deve ser visto como servindo apenas para “quem não tem ética”. Provavelmente, o inverso é mais verdadeiro. Um código de ética que explicite os valores ou princípios aceitos, desdobrando-os em regras que procurem torná-los efetivos, pode também ser muito útil na resolução de conflitos éticos – e conflitos, muitas vezes, são vividos mesmo por aqueles que sempre se conduzem de forma eticamente aceitável. Princípios ou valores freqüentemente entram em choque. Um código de ética, articulando esses princípios ou valores, pode ajudar a colocá-los em perspectiva, permitindo priorizá-los mais facilmente. Um código de ética profissional, por exemplo, deve ser observado por todos os que têm aquela profissão. Da mesma forma, o código de ética de uma entidade ou de um órgão deve ser primariamente dirigido a todos os que compõem aquela entidade ou órgão, uma vez que se refere a toda no que têm de comum – ser parte da mesma entidade ou órgão. Às vezes, as peculiaridades de determinadas carreiras ou de determinadas atividades de alguns funcionários pedem normas específicas. Nada impede que essas normas apareçam no código de ética, sendo aplicáveis a todos cujas atividades caracterizem-se por possuir aquelas peculiaridades.  Deve conter um código de ética pelo menos quatro aspectos de uma entidade ou de um órgão devem ser tratados num código de ética, a sua finalidade e as suas características mais gerais, as suas relações com os empregados e com outros colaboradores, as suas relações com outras entidades ou órgãos,as suas relações com o usuário. Caso haja outras relações eticamente relevantes, devem igualmente ser levadas em conta. Além disso, é importante que o código de ética contenha uma declaração de princípios ou valores fundamentais. A partir desses princípios ou valores, e após a identificação de problemas específicos da entidade ou do órgão, deve-se então procurar desdobrar as regras que comporão o corpo do documento. Ao definir o que deve constar no código de ética é preciso lembrar que, ao fazê-lo, não se está agindo nem como o legislador no Congresso Nacional nem como o reformador moral que está instituindo uma nova moralidade para todos. Não se pode ir contra a lei, mas também não se deve simplesmente repeti-la. É preciso, como já foi dito tentar capturar o aspecto do bom cumprimento da lei, identificando os casos em que, mesmo dentro da legalidade, cometem-se ainda atos que, intencionalmente ou não, prejudiquem a alguém. Também se deve estar consciente de que o código deve ser um instrumento para a resolução de problemas do grupo a que se aplica. Não deve haver nenhuma retenção de aplicação universal do código: o código deve servir como guia para resolução dos problemas específicos da entidade ou do órgão. A expressão “ética empresarial” está sendo cada vez mais aceita e utilizada na acepção de conjunto de preceitos morais e de responsabilidade social a serem observados pelas organizações conhecidas como empresas. Em cada uma dessas organizações alguém (denominado empresário) reúne os três fatores técnicos da produção – a natureza, o capital e o trabalho – para produzir um bem ou um serviço. Esse bem ou serviço é oferecido pela organização ao mercado, que o adquire. A organização obtém, então, da diferença entre o preço de venda e o custo de produção, o proveito monetário denominado “lucro”.   Portanto, o desenvolvimento de uma atividade visando o lucro integra o conceito de “empresa”.

 

PROBLEMAS ÉTICOS AO REDOR DO GLOBO

            Segundo Ferrel (2001) a sofisticação da economia e a crescente pressão social têm gerado outras formas de suborno. Em termos patrimoniais, além do suborno direto há o indireto, feito através de terceiros ou sob “títulos legitimadores” (serviços, prêmios, viagens, etc.). Há, ainda o suborno extra patrimonial, que é uma vantagem imensurável, conferida a alguém. Pode ser uma vantagem social, acadêmica, política, sexual, ou qualquer outra. O mandamento fundamental da empresa ética é o de usar a verdade e não subornar para vender. O mais importante preceito ético aplicável ao relacionamento com os fornecedores é o de pagar o justo preço pelo produto ou serviço fornecido. O justo preço não é simplesmente aquele aceito pelo fornecedor. A ciência econômica poderá fornecer os dados para fixá-lo. O mais importante é que a empresa ética não imponha ao fornecedor, fazendo uso do seu poder econômico, um preço que ela própria (a compradora) não aceitaria caso estivesse fornecendo. A empresa ética deve tomar todas as cautelas para que a concorrência entre os seus fornecedores não seja fraudada por práticas antiéticas da parte de qualquer deles, principalmente através de suborno.A empresa ética deve se preocupar em oferecer ampla oportunidade de trabalho às pessoas de todas as camadas, origens e segmentos sociais.

 

DISCRIMINAÇÃO POR MOTIVO DE SEXO E RAÇA

Segundo Ferrel (2001) não poderá, portanto, permitir que preconceitos, sejam de raça, sexo, idade ou qualquer outro, possam influenciar as decisões de contratação, remuneração, promoção ou demissão dos empregados. Como os países não conseguem produzir todos os produtos de que necessitam, especializam-se nas atividades produtivas para os quais se encontram mais aptas, permutando os produtos entre si.  Este comércio internacional ou comércio exterior submete os produtores internos a um maior grau de concorrência, reduzindo seu poder de mercado. Conseqüentemente, os consumidores internos compram produtos mais baratos, tanto dos produtores externos quanto dos produtores nacionais que devem manter seus preços em níveis competitivos. A política de comércio exterior de um país deve estar vinculada a sua política interna, no plano econômico e social. Demonstrar que o modelo da ação afirmativa está inserido no sistema jurídico nacional e, portanto, impõe-se como direito de uma coletividade, reconhecidamente excluída, à igualdade. Visa superar preconceitos e eliminar a discriminação criminosa, destinando-se a promover a igualdade de oportunidades.

 

DIREITOS HUMANOS

Segundo Ferrel (2001) o direito à igualdade, nascido com a Constituição de 1988, é uma aspiração mais ampla, é um princípio baseado na dignidade humana, cujo valor está assegurado pelo Estado, para uma sociedade, caracterizada no Preâmbulo da Constituição, fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica de controvérsias. O direito de ser igual necessita alcançar as desigualdades de fato e, para que isso ocorra efetivamente, exige a concretização dos devidos acertos.  A discriminação positiva em favor das pessoas, pois, está em perfeita consonância com os objetivos fundamentais estabelecidos na Constituição que impõe a ação positiva do Estado de erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, além de promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Para tanto, oferece meios institucionais diferenciados para o acesso de grupos de excluídos do sistema de forma a lhes viabilizar o gozo e o exercício de direitos fundamentais, alcançando assim o direito de ser igual ou de obter a igualdade real. As convenções e tratados internacionais têm a importante função de propor aos Estados Membros medidas para se promover a informação e a educação que gerem uma compreensão mais ampla do princípio da igualdade de oportunidades e de tratamento, assim como de influenciá-los perante a opinião internacional para que implementem políticas públicas e conduzam a sociedade à superação de seus problemas. A discriminação, portanto, pode ser uma ação, ou omissão, que tem por objetivo restringir direitos de pessoas ou grupos, desfavorecendo-os. Trata-se da discriminação negativa, criminosa.  O ato de distinguir, excluir ou preferir que altere e destrói o direito à igualdade, impedindo a igualdade de oportunidade e tratamento no emprego, tão bem delineado na norma internacional, incide no âmbito das relações cotidianas sob duas formas de discriminação negativa: direta, quando contém determinações e disposições gerais que estabelecem distinções fundamentadas em critérios proibidos e já definidos em lei, sendo de fácil caracterização quando, por exemplo, proíbe-se a entrada de uma pessoa em um clube por ser negra; indireta está relacionada com situações, regulamentações ou práticas aparentemente neutras, mas que, na realidade, criam desigualdades em relação a pessoas que têm as mesmas características. É ilegal para qualquer pessoa. Discriminar o preço entre diferentes compradores de mercadorias do mesmo tipo e qualidade quando o efeito de tal discriminação for o de diminuir substancialmente a concorrência ou tender a criar monopólio.

 

DISCRIMINAÇÃO DE PREÇO

Segundo Ferrel (2001) ocorre quando uma empresa cobra preços diferentes a diferentes grupos de consumidores, o que pode trazer um problema ético, a partir do momento que um mercado é artificialmente dividido em segmentos que cobram preços diferentes, pode surgir uma desigualdade por causa dos custos adicionais criando assim uma questão ética. Essa prática comercial anti-competitivas a que uma empresa dominante pode aderir a fim de obter lucros ou mercado são consideradas de exploração ou abusivas, as vendas de produtos para fora do país de origem podem elevar os preços devido aos custos adicionais acarretando assim mais um problema ético. Existem países com leis que proíbem a cobrança de altos preços por produtos necessários a preservação da vida, já essas leis não se aplicam a produtos de necessidades vitais, mesmo que tenham uma grande demanda e não tenham substitutos. Produtos vendidos em mercados estrangeiros abaixo do custo de exportação são chamados de Dumping, o mesmo será ilegal se prejudicar a concorrência por varias razões, tentar buscar uma fatia considerável de mercado, variando uma grande diferença nos preços o que traz uma grande controvérsia nessas práticas, pois criam vários problemas éticos, como formação de preços, preços predatórios, vendas condicionadas e cobrança de preço excessivo. Desta maneira a discriminação de preço cria uma série de problemas éticos e pode ser ilegal quando a prática em questão viola as leis de ambos os países, surgem uma questão da ética da extorsão, ou seja, quando o valor cobrado no exterior excede os custos associados à exportação, já os produtos vendidos no mercado interno a preços mais altos e no exterior a preços que não cobrem os custos de exportação conhecido com dumping, esses três fatores discriminação de preços, extorsão e dumping criam problemas éticos porque alguns consumidores pagaram mais que o preço justo, ou os concorrentes terão que cobrar menos que o preço justo para competir no mercado.

 

O SUBORNO E A LEI DE PRÁTICAS CORRUPTAS NO EXTERIOR

            Uma pratica aceita nos negócio também conhecida como pagamentos facilitadores, e tem como principais tipos de suborno os pagamentos facilitadores, comissões de intermediários, contribuições políticas e desembolsos em dinheiro. Existem vários fatores que ajudam a explicar porque as pessoas oferecem e aceitam suborno, obter ingresso no mercado e superar grandes concorrentes está entre eles, muitos empresários consideram o suborno um custo necessário para os seus negócios em certos países, deve considerar algumas considerações decisivas que as empresas precisam avaliar na questão do suborno, tais como:

·                    Pagamentos a intermediários;

·                    Intenção de corromper;

·                    Barreiras Estruturais

·                    Custos Associados.

 

PRODUTOS NOCIVOS

Alguns produtos considerados prejudiciais à saúde, são proibidos se serem vendidos em seus países, mas algumas companhias continuam a vendê-los em outros países onde a venda ainda é considerada legal.  Países de primeiro mundo como os Estados Unidos que possuem grandes companhias e produtos proibidos, aumentam seus esforços para aumentarem suas vendas em países menos desenvolvidos e sem restrições de comercialização de produtos que podem afetar a saúde dos consumidores, o que torna uma questão grave ainda mais quando os países e suas comunidades não conhecem os riscos e os perigos a saúde. Pois até mesmos os produtos tradicionalmente seguros e devidamente testados podem criar problemas éticos, por serem usados nos países menos desenvolvidos e adquiridos de forma incorreta pelos consumidores que na maior parte são analfabetos e com péssimas condições de vida.

 

POLUIÇÃO

Buscando uma melhor qualidade de vida alguns países estão tomando medidas legais contra empresas poluidoras, novas iniciativas com acordos conjuntos entre multinacionais e organizações já estão produzindo bons resultados no controle de poluição.

 

QUESTÕES ÉTICAS GERADAS PELOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Segundo Ferrel (2001), informações adquiridas em questão de segundos estão se tornando comuns em todo o planeta, acarretando assim mais um problema ético a ser vivenciado, as leis de proteção e direitos autorais já estão sendo desrespeitadas e impossíveis a maioria da empresas protegerem seus materiais pelo fato da rapidez das comunicações globais que afetam todos os setores da indústria, com imitações que se tornam super-ofertas após um grande lançamento do modelo original. As atividades financeiras são ocultas e as transferências de dinheiros ilegais feitas através de transações financeiras usadas graças às novas tecnologias e recursos dos progressos nas telecomunicações.

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Ferrel, O. C. Ética empresarial : dilemas, tomadas de decisões e casos / O. C. Ferrel, John Fraedrich, Linda Ferrel; tradução [da 4ª. ed. original] Cecília Arruda. – Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Ed., 2001

 

 

 


COMPORTAMENTO ÉTICO

 

 

A ORIGEM DA ÉTICA

      A história da ética se entrelaça com a história da filosofia. A palavra ética origina-se do grego “ethos” que designa o modo de ser, costumes, caráter e moral.

Ética indica um tipo de comportamento propriamente humano, adquirido ou conquistado por hábitos, pois o ser humano não nasce com ele, como se fosse um instinto. Portanto, pela própria etimologia, ética e moral diz respeito a uma realidade humana que é construída histórica e socialmente a partir das relações dos seres humanos nas sociedades onde nascem e vivem. No século VI a.C., os filósofos desenvolveram algumas das primeiras reflexões morais a partir do orfismo, afirmando que a natureza intelectual é superior à natureza sensual e que a melhor vida é aquela dedicada à disciplina mental. Os sofistas se mostraram cépticos no que se refere a sistemas morais absolutos, embora, a virtude surja do conhecimento e a educação possa conseguir que as pessoas sejam e ajam de acordo com a moral. Essas idéias modelaram a maior parte das escolas de filosofia moral gregas da posteridade, entre as quais se destacariam os cínicos, os cirenaicos, os megáricos e os platônicos.

      Na verdade, o mal não existe por si só, é apenas um reflexo imperfeito do real, que é o bem, elemento essencial da realidade. Acredita-se que, na alma humana, o intelecto tem que ser soberano, figurando a vontade em segundo lugar e as emoções em terceiro, sujeitas ao intelecto e à vontade. Alguns filósofos consideravam a felicidade como finalidade da vida e a resultante do único atributo humano, a razão. As virtudes intelectuais e morais seriam apenas meios destinados a sua consecução.

      Na filosofia do estoicismo, a natureza é ordenada e racional e só pode ser boa uma vida que esteja em harmonia com ela. Embora a vida seja influenciada por circunstâncias materiais, o indivíduo tem que se tornar independente desses condicionamentos através da prática de algumas virtudes fundamentais, como a prudência, o valor, a temperança e a justiça. O epicurismo, por sua vez, identificava como sumo bem o prazer, principalmente o prazer intelectual, e, tal como os estóicos, preconizava uma vida dedicada à contemplação.

      Popularmente usa-se as palavras ética e moral como sinônimos, no entanto, os estudiosos da questão, fazem uma distinção teórica e esclarecedora entre ambas.

      Define-se assim a moral como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes e valores que norteiam o comportamento do homem, no seu grupo social. Enquanto a ética é definida como a teoria do conhecimento, ou a ciência do comportamento moral, que busca explicar, compreender, justificar e criticar a moral de uma sociedade, ou seja, a ética é filosófica e científica e a moral é normativa.

      Um filósofo inglês já dizia uma famosa frase, que “nenhum homem é uma ilha”, isso faz ajudar a compreender que a vida é um convívio. É na convivência humana, na vida social e comunitária que o homem se descobre e se realiza enquanto ser moral e ético. É na convivência com o outro, que também surgem os problemas e as indagações ético-morais.

Constantemente no dia-a-dia depara-se diante de situações que colocam problemas morais. São problemas práticos e concretos da vida em sociedade, ou seja, problemas que dizem respeito às decisões, escolhas, ações e comportamentos, os quais requerem uma avaliação, um juízo de valor entre o que socialmente é aceitável bom ou mau, justo ou injusto, certo ou errado, mediante a moral vigente.

Seguidamente faz-se por força do hábito, dos costumes e da tradição e não se costuma refletir e buscar as razões e os “porquês” de tais escolhas. Tende-se a neutralizar a realidade social, política, econômica e cultural e com isso perde-se a capacidade crítica diante da realidade. Diante do exposto pode-se afirmar que não se tem o hábito de fazer ética, pois não se critica, não se questiona e tão pouco se busca compreender e explicitar a realidade moral.

Eticamente falando, no Brasil, encontra-se vários exemplos de comportamentos anti-morais e com os quais convive-se diariamente, sem que isso nos faça tomar condutas que possam modificar essas realidades. Historicamente vive-se em um país marcado pelas injustiças sócio-econômicas, pelo preconceito racial, sexual, pela exploração da mão de obra infantil, pelo famoso “jeitinho brasileiro” e outros tantos mais. Estas realidades colocam diante de problemas éticos bastante sérios, no entanto, já está por demais se acostumando com injustiças de toda ordem. Com isso posto ocorre a necessidade de se aprofundar no que é realmente ética.

 

O QUE É ÉTICA.

No Brasil desde que começou a ser divulgado os escândalos de corrupção principalmente no processo de impeachment de Fernando Collor de Mello, e que desde então vem atingindo altos representantes do estado brasileiros, sejam no Executivo, Legislativo e Judiciário, nunca se ouviu falar tanto da palavra Ética.  Mas o que significa a palavra “ética”?

O termo ética assume diferentes significados. O que parece uma simples definição e de fácil aplicação, na realidade seu conceito é complexo, pois engloba juízos de valor, não tão fáceis de serem aplicados, porque o que é ético para um individuo não é ético para outro.

Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ética é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”.

Etimologicamente falando, ética vem do grego "ethos", e tem seu correlato no latim "morale", com o mesmo significado: Conduta, ou relativo aos costumes. Pode-se concluir que etimologicamente ética e moral são palavras sinônimas.

A ética é um ramo da filosofia, sua origem histórica tem vários pensadores em diferentes épocas que abordaram especificamente assuntos sobre a ética: Os pré-socráticos, Aristóteles, os Estóicos, os pensadores Cristãos (Patrísticos, escolásticos e nominalistas), Kant, Espinoza, Nietzsche, Paul Tillich etc.

Uma visão pessoal da questão da ética de Vanderlei de Barros, (Professor de Filosofia e Teologia) através do seguinte quadro comparativo:

 

Ética Normativa

Ética Teleológica

Ética Situacional

Ética Moral

Ética Imoral

Ética Amoral

Baseia-se em princípios e regras morais fixas

Baseia-se na ética dos fins: “Os fins justificam os meios”.

Baseia-se nas circunstâncias.  Tudo é relativo e temporal.

Ética Profissional e Ética Religiosa: As regras devem ser obedecidas.

Ética Econômica: O que importa é o capital.

Ética Política: Tudo é possível, pois em política tudo vale.

Fonte Vanderlei de Barros.

 

Conclusão da palavra ética de acordo com pensamento de Vanderlei de Barros  “Afinal, o que é ética? Ética é algo que todos precisam ter. Alguns dizem que têm. Poucos levam a sério. Ninguém cumpre à risca”.

 

ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES

Devido à globalização e reestruturação competitiva, as empresas que se preocupam com a ética e conseguem converter suas preocupações em práticas efetivas, mostram-se mais capazes de competir com sucesso e conseguem obter não apenas a satisfação e a motivação dos seus profissionais, mas também resultados compensadores em seus negócios.
Ética, enquanto filosofia e consciência moral é essencial à vida em todos os seus aspectos, seja pessoal, familiar, social ou profissional. Assim, enquanto profissionais e pessoas, dependendo de como se comportam, por exemplo, nas relações de trabalho, pode-se estar colocando seriamente em risco a reputação, a empresa e o sucesso nos negócios.

A sobrevivência e evolução das empresas e de seus negócios, portanto, estão associadas cada vez mais a sua capacidade de adotar e aperfeiçoar condutas marcadas pela seriedade, humildade, justiça e pela preservação da integridade e dos direitos das pessoas.

 

O QUE É SER ÉTICO EM UMA ORGANIZAÇÃO?

Ser ético, portanto, é buscar sempre o bem, combater vícios e fraquezas, e estar buscando ter harmonia em seu ambiente de trabalho, cultivar virtudes, proteger e preservar a vida e a natureza.

Também abrange toda reflexão que se faz sobre o agir como tratar os colegas e sobre o sentido ou missão da vida, bem como sobre os valores e princípios que inspiram e orientam a conduta, buscando a verdade, a prática de virtudes e a felicidade. Não se deve confundir ética e moral.

A ética não cria a moral nem estabelece seus princípios, normas ou regras. Ela já encontra, numa dada sociedade ou grupo, a realidade moral vigente e parte dessa realidade para entender suas origens, a sua essência, as condições objetivas e subjetivas dos atos morais e os critérios ou parâmetros que justificam os juízos e os princípios que regem as mudanças e sucessão de diferentes sistemas morais.

A ética também estuda e trata a responsabilidade do comportamento moral. A decisão de agir numa dada situação concreta é um problema prático moral; investigar se a pessoa pôde ou não escolher e agir de acordo com a decisão que tomou é um problema teórico - ético, pois verifica a liberdade ou o determinismo ao qual nossos atos estão sujeitos. Se o determinismo é total e vem de fora para dentro (normas de conduta pré-estabelecidas às quais deve-se ajustar) não há qualquer espaço para a liberdade, para a autodeterminação e, portanto para a ética.

 

OS GANHOS E BENEFÍCIOS EM SER ÉTICOS EM UMA ORGANIZAÇÃO

Possibilidades de construir uma cultura ética profissional e empresarial verdadeira e apropriada aos novos tempos; Harmonia e equilíbrio dos interesses individuais e institucionais; Satisfação e motivação dos colaboradores e melhoria da sua qualidade de vida integral; Fortalecimento das relações da empresa com todos os agentes envolvidos direta ou indiretamente com as suas atividades; Melhoria da imagem e da credibilidade da empresa e de seus negócios; Melhoria da qualidade, resultados e realizações empresariais.

 

ETICA PROFISSIONAL

A ética profissional é a ciência vinculada a julgamento de apreciação moral, sobre juízos de valores amarrados a destinação entre o bem e mal. Ela é um valor de primeira grandeza para o profissional. Nunca o profissional deve abrir mão de certos princípios, como honestidade e a transparência. O problema é o que fazer.

            A ética profissional indaga qual deve ser a conduta do profissional de modo a acrescentar algo a ele mesmo enquanto ser humano e a sociedade.

            Logo falar de ética profissional é falar da realização do homem, da felicidade de cada um enquanto partícipe na construção do bem de todos, pelo desempenho da sua atividade.

A ética é indispensável ao profissional, porque a ação humana “o fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, e eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão, ou seja, ético é todo profissional que tem como meta sentir-se integro e pleno de alegria de viver. Convicto de que todos os demais podem se sentir assim também. Cultiva o pensamento cooperativo. Tem um profundo e inabalável respeito pelos acordos firmados.

Segundo Motta (1984 p 69): A ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a natureza e o fim de todo ser humano, por isso, “o agir” da pessoa humana está condicionado a duas premissas consideradas básicas pela ética: “o que é” o homem e “para que vive”, logo toda capacitação científica ou técnica precisa estar em conexão com os princípios essenciais da ética.

A ética esta relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com as outras relações justas e aceitáveis. Via de regra está fundamentada nas idéias do bem e virtude, enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz. Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser diferencial no mercado. Segundo Jacomino (2000 p. 28): Hoje mais do que nunca. A atitude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a diferença entre o sucesso e o seu fracasso. Basta um deslize, uma escorregadela, e pronto. A imagem do profissional ganha, no mercado, a mancha vermelha da desconfiança.

Na sociedade atual, lamentavelmente, o sucesso econômico passou a ser a medida de todas as coisas. Apenas a riqueza e o poder contam e separam os vencedores dos excluídos. As pessoas são na maioria materialistas e individualistas e, por isso, pouco responsáveis e solidárias.

Para que desenvolva com eficácia suas atividades, muitas são as virtudes que um profissional precisa ter, algumas dessas virtudes são inerentes ao seu caráter, outras podem ser conquistadas. Em verdade, múltiplas são as exigências para caracterizar um profissional ético e competente numa sociedade que se encontra em conflito moral, com tantas indiferenças, onde a questão da justiça esta intimamente ligada tanto à responsabilidade social quanto à questão da honestidade. Lopes de Sá (1996 p. 161): Considera algumas virtudes como básicas e que são comuns a quase todas as profissões, afirmando: virtudes básicas profissionais são aquelas indispensáveis, sem as quais não se consegue a realização de um exercício ético competente, seja qual for à natureza do serviço prestado.

A honestidade do profissional esta relacionada com a confiança que se é depositada, com a responsabilidade perante o bem de terceiros e manutenção de seus direitos. É uma atitude que não admite meio termo, relatividade ou tolerância.

            A honestidade do profissional não se trata apenas de um costume, de um comportamento, mas de uma conduta que obriga ao respeito e a lealdade. Para o bem de terceiros. Ser honesto integralmente é um dever ético de qualquer profissional. Não existe meia confiança, como não existe meia honestidade. É necessário ser honesto para que exista a prática do respeito ao direito de nosso semelhante.

            Sob o ponto de vista funcional é o exercício do conhecimento de forma adequada e persistente de um trabalho ou profissão. O exercício de uma profissão exige a aquisição de pleno conhecimento, o domínio sobre a tarefa e sobre a forma de executá-la, além de um constante aperfeiçoamento.

            Aceitar uma tarefa sem ter capacidade para exercê-la é uma tarefa condenável. Em razão dos danos que pode causar. Nem sempre é possível acumular todo conhecimento que uma tarefa requer, mas é preciso que tenha postura ética de recusar o serviço ao perceber que os conhecimentos adquiridos não são suficientes para que se realize tal tarefa com perfeição. Um profissional precisa reconhecer suas limitações para não incorrer erros.

Ter coragem, pois ajuda a reagir as criticas, quando injustas, e a defender dignamente quando esta consciente de seu dever. Ajuda a não ter medo de defender a verdade e a justiça, principalmente quando estas forem de real interesse para o bem comum, ter coragem ainda para tomar decisões, indispensáveis e importantes, para a eficiência do trabalho, sem levar em conta a opinião da maioria.

O profissional deve ser humilde para conseguir ouvir o que os outros tem a dizer e reconhecer que o sucesso individual e resultado do trabalho de equipe.

            Deve manter sigilo quanto a tudo que sabe e que lhe é revelado ou o que veio, a saber, por força da execução do trabalho.

            Manter integridade dentro dos princípios éticos seja em momentos de instabilidade financeira, seja na hora de apresentar ótimas soluções.

De acordo com Jacomino (2000 p. 36): Agir eticamente sempre foi e será uma decisão pessoal, uma vez que você tenha despertado para o assunto, mais e mais ele tende a ser considerado nas decisões, num processo permanente, sem fim. É claro que sempre estamos sujeitos a deslizes e equívocos. Nunca se esqueça, porém, de que esse costuma ser um caminho sem volta, para o bem ou para o mal.

 

COMPORTAMENTO HUMANO

O comportamento humano pode ser entendido como sendo algo que é agir bem que permitem a aprovação ou a reprovação, os modos de valorar os próprios comportamentos e o das outras pessoas e, também aos parâmetros que deve ser o bom comportamento.

Os valores morais são juízos sobre as ações humanas que se baseiam em definições do que é bom e mau ou do que é o bem e o mal. Eles são importantes para que possa-se guiar a compreensão do mundo e de si mesmo e servem de parâmetros pelos quais se faz escolhas e orientamos as ações.

Eles estão presentes nos pensamentos, nas coisas que se diz e se escreve e nas ações. Apesar dessa presença em toda a vida, as ocasiões mais propiciam para se investigar sua importância para a compreensão e direcionamentos das ações são aquelas em que são chamados a fazer escolhas importantes. Nesses momentos, sabe-se que não se pode agir em função da primeira coisa que passar pela cabeça; precisa-se pensar bem, avaliar o que realmente se quer, quais as conseqüências se fizer isso ou aquilo, o que se perde e o que se ganha.

Uma das principais dificuldades em tomar decisões significativas é que nunca se sabe exatamente o que vai acontecer, não se tem controle sobre as ações dos outros; entre o que se planeja e o que acontece, realmente existem muitas variáveis. Alem disso, as situações que vivem nunca são puramente boas ou más; ao contrario, na maior parte das vezes são ambíguas. Outra dificuldade é que um mesmo ato pode ser bom em uma ocasião e completamente reprovável em outra.

Exemplos de dilemas nas situações do cotidiano:

Um parente querido está muito doente e só se mantém vivo por estar ligado a aparelhos; não há possibilidade de que ele volte a viver bem e o sofrimento de todos é muito grande. Devem desligar os aparelhos ou não? Um chefe de família desempregado vê seu filho adoecer e não tem dinheiro para comprar os remédios para curá-lo; ao passar por uma farmácia, vê o remédio exposto. Deve se arriscar e furtar o remédio ou não?

No mundo natural, esses dilemas não estão colocados. A natureza é o reino da necessidade, da determinação. Por mais que um animal seja capaz de expressar sentimentos como raiva, afeto, ansiedade e calma; ou vontades como fome, sono ou sede, ele não é capaz de levar esses desejos e essas vontades à consciência, de construir representações verbais sobre elas, de negociar a interpretação delas com outros seres e, a partir daí, planejar sua ação no tempo e no espaço. No reino da natureza, a ação é dada em um constante aqui e agora. A existência de um animal é restrita aos limites impostos pela sua condição natural.

A existência de cada ser humano, por sua vez, precisa ser inventada. Nasce-se biologicamente humano, construindo seu modo de ser, pensar, vai-se revendo seus planos e suas maneiras de agir e se relacionar com os outros.

A intermediação da consciência é decisiva para a constituição da ação humana. Após se nascer, ao se tomar parte das atividades da vida social, vai-se desenvolvendo uma vida interior marcada por reapresentações das relações que se estabelece consigo, com os outros e com o meio externo a nós. O desenvolvimento da consciência e da linguagem nos permite trazer à consciência de suas necessidades, vontades e seus desejos.

A partir daí, pode-se interpretar o que se passa consigo e com os outros, imaginar o futuro, mobilizar experiências e saberes já realizados e se pode, enfim, orientar suas ações futuras segundo determinadas finalidades.

Para interiorizar as razões de suas ações, é preciso analisar a situação, ter consciência das vontades e necessidades, esforçar-se para antever as conseqüências que essa ou aquela ação pode provocar.

Assim, a reflexão sobre os valores morais serve para se aprender a lidar melhor com a sua capacidade de escolher e com o uso dessa particularidade humana, que é a liberdade. Ao se definir o que é bom ou mau, está-se projetando um modo de viver humanamente, em sociedade. Todos se formam na interação com os outros. Sem o outro, não se poderia desenvolver seus conhecimentos, modos de agir, nem sua consciência. Assim, é na relação com o outro que se pode exercer a liberdade. Por esse motivo, pode-se concluir que reconhecer o outro como humano livre e tratá-lo como tal, fortalecendo sua liberdade, não é uma atitude altruísta pura e simplesmente, não é uma ação que beneficia apenas o outro. Tratar o outro como humano é criar condições para que o outro fortalecido na sua condição de humano, possa reconhecer e fortalecer a sua própria condição humana, a sua liberdade.

 

COMPORTAMENTO ÉTICO NO BRASIL

            Ética no Brasil é um tanto polemica, segundo Henry (1997 p. 13), a própria televisão relata fatos e simulações que demonstram claramente. Foi ao ar um episódio do programa você decide da tv globo a qual colocaria uma secretaria a servir-se de laranja para o seu cheque a qual era um empresário muito rico.

            Os espectadores optaram entre três finais: 24,3% disseram que a secretária deveria denunciar o chefe, 27,2% acharam que deveria pedir demissão e silenciar-se sobre o esquema, e 48,5% consideraram que a secretária deveria aproveitar a chance de melhorar de vida e entrar no esquema. Foi então passado o 3o final.

            Se somar os que mantêm uma inapreensível posição de integridade (a denuncia) aos que preferem afastar-se sem comprometer-se (a demissão e o silencio) tem-se 51,5% o que revela a ambigüidade que marca com clareza o imaginário brasileiro.

            No ponto de vista global o mercado, sofre com a competitividade a nível mundial com isto ser ou não ser ético.

            As pessoas diariamente apresentam um comportamento que contraria as normas estabelecidas pela sociedade, começando em ato de sonegação fiscal, ocorrendo isso se pode dizer que foi um ato antiético.

            A moral é classificatória pode-se dizer, pois se pode classificá-la em moral da integridade e moral do oportunismo. Essas duas morais vivem em constate contradição que estão dentro das organizações. Torna-se um mal-estar moral “pois é muito comum entre pessoas alardear indicações tecer reclamações com a imoralidade que reina no país, do ponto de vista do parâmetro da moral da integridade em contrapartida vem a moral do oportunismo, tudo se demonstra como o melhor mundo que praticam as orientações edificantes ensinados na escola ou na igreja.”

            Segundo Reginaldo Prandi (2000 p. 15) o Brasil é um país sem caráter (...) seu dilema insiste em se meter no jogo de ser ou não ser. A face rica dessa sociedade bedarista e narcisita, do dando que se recebe, do tirar proveito em tudo, empanturrar-se no consumo fácil, mas vem estilhaçando o sentido da razão e da moralidade.

            A sociedade constitui uma lógica para a moral do oportunismo leva-se ao pé da letra em que se pode confiar em compadre, amigos, parentes, colegas mais chegados, isso jamais pode ser dito em público ou exposto à vista de todos ou aquilo que se faz dissimuladamente não se espalha aos quatro ventos, a moral impositiva.        

 

COMPORTAMENTO ÉTICO NA FACULDADE

Urge que as cadeiras de ética e moral tenham suas cargas horárias aumentadas significativamente

A universidade é a cabeça da nação, é o seu cérebro, é a sua oficina pensante, é a responsável pelo seu progresso, em suma geradora de líderes tanto na área pública como na privada. É a formadora de futuros governantes, legisladores, juristas, industriais, comerciantes, profissionais liberais etc. Pelo lançamento destes na vida social ela, a universidade, não deixa de ter certa responsabilidade tanto na geração de líderes honrados como corruptos.

A formação final destas pessoas começa com o seu ingresso na universidade, pois antes elas tiveram a orientação escolar e familiar, mas somente ao entrar na universidade elas terão que optar pela sua profissão. Geralmente, a que lhe propiciar melhor rendimento pecuniário, sem atentar pela sua real vocação que no final das contas lhe renderá também bons rendimentos, mas dependerão naturalmente da sua qualidade de serviço.

Dos primeiros advém a falta de respeito pelos contribuintes e pelos clientes, na área pública e privada respectivamente. Começa-se então a perceber a grande lacuna na ética e na moral dos cidadãos que lideram o país, nas duas áreas, ressalvadas algumas exceções, mas cada vez mais escassas. A nação assiste estarrecida diante da corrupção generalizada.

Onde se originou tanta falta de respeito pelo bem alheio? Na família, na escola primária? Até pode ser, mas onde a cidadã ou o cidadão recebe orientação e resolve seguir seus caminhos é na universidade. Jovens ainda, ali eles são forjados, cheios de esperanças no futuro, recebem ávidos os ensinamentos básicos de seus mestres para tomar as rédeas da sociedade. Assim a universidade é responsável pela formação de cidadãos honrados, respeitados, verdadeiros, líderes de grande moral, tomados como verdadeiros arquétipos da cidadania, dignos de serem seguidos. Não é menos responsável a universidade por lançar na sociedade cidadãos de fácil envolvimento, atraídos pela corrupção desenfreada, surgem os ladrões, mentirosos de alta estirpe, formadores de quadrilhas, vampiros do erário público, modernos gângsteres, enfim pessoas sem caráter e sem a mínima piedade para com os demais, surrupiando-lhes as suas esperanças e seus parcos rendimentos.

Já não bastam os pobres e marginais deste país e agora já surgem outras castas menos favorecidas emergidas dos efeitos da corrupção, tais como os excluídos e os desvalidos, vítimas incontestes desta maldita máfia que se formou nos altos escalões da república assim compreendido, a União, os Estados e os municípios, inclusive as estatais e na área privada os grandes conglomerados. Como se pode pedir a estes menos favorecidos que se comportem como cidadãos dignos, honrados e respeitadores se seus chefes e seus patrões assim não se conduzem? Urge que as cadeiras de ética e moral tenham suas cargas horárias aumentadas significativamente e sua didática revista nas universidades, pois só assim se pode esperar dias melhores para esta nação.

O Ministério da Educação, o corpo docente e discente das universidades, inclusive os centros acadêmicos, deveriam estabelecer profundos debates a respeito, procurando o melhor caminho para que a sociedade brasileira sinta que os futuros formandos serão cidadãos bem-intencionados e não uma nova turma de ameaça à sociedade. Se o grupo de jovens universitários é imbuído de se comportar na vida futura como cidadãos de respeito como tal, germina aí uma certa fiscalização solidária não só durante a vida universitária como também como colegas no exercício de suas futuras profissões. O repto oferecido é contundente, mas não no sentido de penalizar e sim de conscientizar.

 

COMPORTAMENTO ÉTICO NA PROFISSÃO CONTÁBIL

            Foi no dia 04 de Setembro de 1970, através da resolução CFC Nº 290/70 que foi aprovado o código de ética profissional do contabilista, que tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os contabilistas, quando no exercício profissional.

            Deveres do Contabilista - Segundo o Art. 2º, incisos I ao XII do Código de Ética Profissional do Contabilista:

São deveres do contabilista, exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação vigente e resguardados os interesses de seus clientes, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais, guardar sigilo sobre o que souber e razão de suas funções, zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a seu cargo.           É dever do contabilista, orientar seu cliente, de preferência por escrito, quanto à situação econômico-financeira da empresa, também comunicar desde logo, ao cliente, eventual circunstância adversa que possa influir na resolução daquele que lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho. O contabilista deverá inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir sobre qualquer caso, permanecer prestando sua assistência profissional, mesmo depois de adquirir a convicção da insolvência por parte de seu cliente, salvo se este deixou de seguir a orientação técnica que lhe tenha ministrado em tempo oportuno e por escrito, deverá renunciar às suas funções, logo se positive falta de confiança por parte do cliente, zelando, contudo, para que os interesses do mesmo não sejam prejudicados, se substituído em suas funções, deverá informar ao cliente sobre fatos de natureza sigilosa que devam chegar ao conhecimento do seu substituto, a fim de habilitá-lo ao bom desempenho de suas funções; ao cliente caberá transmiti-los pessoalmente ou autorizar que o profissional o faça; evitar declarações públicas sobre os motivos da renuncia de suas funções; manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimentos para o exercício da profissão, formulando consulta no caso de dúvida. O contabilista deverá indenizar prejuízo que causar no exercício profissional, por culpa ou dolo.

             É proibido ao Contabilista - Segundo o Art. 3º, incisos I ao XXIII do Código de Ética Profissional do Contabilista:

            É vedado ao contabilista, anunciar imoderadamente, admitida apenas à indicação de títulos, especializações e serviços oferecidos; solicitar, provocar ou sugerir publicidade que importe em propaganda pessoal de seus merecimentos ou atividades profissionais; angariar, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou desprestígio para a classe. O contabilista não pode auferir qualquer provento em função do exercício profissional, que não decorra exclusivamente de sua prática correta e honesta; jamais deverá assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem, alheio à sua orientação, supervisão e fiscalização; não poderá exercer a profissão quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não habilitados ou impedidos; é vetado manter sociedade profissional sob forma não autorizada por lei, nem se valer de agenciador de serviços, mediante participação deste nos honorários a receber. É proibido ao contabilista concorrer para a realização de ato contrário a lei ou destinado a frauda-la ou praticar, no exercício da profissão, ato legalmente definido como crime ou contravenção; jamais deverá receber do cliente qualquer importância que saiba para aplicação ilícita ou desonesta; não deverá locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou parte adversa, por si ou interposta pessoa; não deverá prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a seu patrocínio. O contabilista não poderá recusar-se, injustificadamente, a prestar contas de quantias que lhe forem confiadas, nem reter abusivamente ou extrair livros, papéis ou documentos confiados à sua guarda; jamais aconselhar ao cliente contra disposições expressas da lei ou contra princípios de contabilidade de aceitação geral; não poderá interromper a prestação de serviços, sem justa causa e sem notificação prévia ao cliente. É vedado ao contabilista exercer atividade profissional ou ligar seu nome a empreendimentos de manifesta inviabilidade ou de finalidade ilícitas; é proibido ao contabilista violar, sem justa causa, sigilo profissional.

            O contabilista não pode revelar negociação confidenciada pelo cliente para acordo ou transação, quando lhe tenha sido encaminhada com observância dos preceitos contidos neste código; nem emitir referência que, com quebra do sigilo profissional, identifique o cliente em publicação onde haja menção a trabalho que tenha realizado ou orientado. O profissional contábil não pode iludir ou tentar iludir a boa-fé de cliente ou de terceiro, por qualquer forma, inclusive alterando ou deturpando o exato teor de documento, citação de obra, de lei ou de decisão judicial; deverá de cumprir no prazo estabelecido pelos conselhos de contabilidade ou de outros órgãos autorizados da classe, em matéria da competência destes, depois de regularmente notificado.

            Dos deveres em relação aos colegas e à classe segundo Capitulo IV Art 9º, 10 e 11 do Código de Ética Profissional do Contabilista:

            A conduta do Contabilista com relação aos colegas deve ser pautada nos princípios de consideração, apreço e solidariedade, em consonância com os postulados da harmonia da classe.

            O parágrafo único do Art. 9º prevê que: O espírito da solidariedade não induz nem justifica a conivência com o erro ou com atos infringentes de normas éticas ou legais que regem o exercício da profissão.

            O Contabilista deve Evitar referenciam prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras. Abster-se de aceitação de encargo profissional em substituição a colega que dele tenha desistido, para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da classe, desde que permaneçam as mesmas condições que ditaram o referido procedimento. Evitar pronunciamentos sobre serviço profissional que saiba entregue a colega, sem anuência deste. Jamais se apropriar de trabalhos, iniciativas ou de soluções encontradas por colegas, apresentando-os como próprios. Evitar desentendimentos com o colega ao qual vier substituir no exercício profissional. O contabilista deve, com relação à classe, observar as seguintes normas de conduta: Prestar seu concurso moral, intelectual e material às entidades de classe. Zelar pelo prestigio da classe, da dignidade profissional e do aperfeiçoamento de suas instituições. Aceitar o desempenho de cargo dirigente nas entidades de classe, salvo circunstâncias especiais que justifiquem sua recusa, e exercê-lo com interesse e critério. Acatar as resoluções votadas pelas entidades de classe, inclusive quanto a tabelas de honorários profissionais. Auxiliar a fiscalização do exercício profissional e zelar pelo cumprimento deste Código, comunicando, com discrição e fundamentadamente, aos órgãos competentes, as infrações de que tiver ciência. Não formular, junto aos clientes, juízos depreciativos das entidades de classe ou às organizações contábeis existentes, nem atribuir erros, equívocos ou dificuldades que encontrar no exercício da profissão, as deficiências e desacertos daqueles. Representar perante os órgãos competentes sobre irregularidades ocorridas na administração das entidades de classe. Jamais se utilizar de posição ocupada na direção de entidades de classe em beneficio próprio ou para proveito pessoal, diretamente ou através de interposta pessoa.

            Portanto esses são alguns princípios éticos que a classe contábil deve seguir para o bom desempenho de seu exercício profissional.

 

CONCLUSÃO

            Para a realização desta pesquisa foram consultados diversos autores, que os acadêmicos usaram como referencial teórico, após uma exaustiva consulta se finda este missivo trabalho, o qual acrescenta mais uma etapa na conclusão curricular. Sabe-se que a ética tem um princípio filosófico e a sua explanação pôde ser visto capitulo 2, até as conclusão do curso que onde a ética também acompanha e se finaliza no futuro exercício da profissão.

            Espera-se que assim conclui-se mais um objetivo e assim com um comportamento ético almeja-se alcançar a realização pessoal de todos com sucesso.

 

BIBLIOGRAFIA

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SROUR, Robert Henry, Ética empresarial, Ática, 1 ed., Rio de Janeiro, 2000

WEBER, Max, A ética protestante e o espírito capitalista, Pioneira, 11 ed., São Paulo, 1996.

 

 

 


 

 

A CONDUTA DO CONTADOR PÚBLICO

A conduta ética e moral do contador na Administração Pública, o qual se tornou uma figura muito importante. A profissão do contador é regulamentada pelos Princípios Fundamentais, pelas Normas Brasileiras de Contabilidade, pelo Código de ética do Contador, pelo Código de ética do servidor público, pela Lei 4.320/64, a Lei 6.404/76 e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Dentro da Administração Pública ele é o responsável por gerenciar as finanças dos órgãos públicos, por elaborar os relatórios e os demonstrativos. Ele assessora os gestores no controle de toda a instituição, no exercício de sua função ele deve agir com base no Código de Ética e em conformidade com os princípios contábeis. A Lei de Responsabilidade Fiscal serve como um Guia Fiscal para o contador e através dela o contador deve regulamentar-se. A conduta ética no serviço público é muito questionada e criticada por toda a sociedade pela má gestão dos recursos públicos, desvios de dinheiro, desperdícios, criação de privilégios de acordo com interesse dos gestores. A Lei de responsabilidade Fiscal foi criada com a tarefa de prevenir riscos e corrigir desvios na gestão fiscal pública ela também responsabilizará o contador, o qual, responderá solidariamente com o gestor pelo descumprimento de regras. É necessário estar atento quanto aos Princípios da Administração Pública e obedecer a moral pública, seguir os bons costumes e o senso de honestidade. O contador deve estar capacitado para desempenhar seu papel com honestidade, competência, produtividade, sociabilidade, coragem, dignidade e conduta ética.             

 

CONTADOR PÚBLICO

 

A contabilidade pública, nos últimos anos, tem assumido um posto elevado no conceito geral dos cidadãos, por tamanha importância na gestão dos recursos públicos gerenciados pelas autoridades governamentais. Sua importância é vital para o controle e planejamento das contas públicas.

O Contador público deve ser graduado no curso de Ciências Contábeis, deve estar regularizado perante o Conselho Regional de Contabilidade e dentro da Administração Pública o contador responde pelo processo de elaboração das contas e presta um relevante serviço à sociedade tentando garantir a consistência das contas, ele assume responsabilidade de ordem pública e através da divulgação das demonstrações contábeis é que influenciara nas tomadas de decisões pelos diversos usuários da informação contábil, e para se tornar uma decisão eficaz as demonstrações precisam ser verdadeiras, ele pode atuar em diversos setores públicos como controladoria, auditoria, fiscalização de órgãos, perícia de fraudes ao erário público e em licitações, contabilidade orçamentária, análise, controle e avaliação do patrimônio público. Ele é o responsável por gerenciar as finanças dos órgãos públicos e o correto emprego de verbas, assessora os gestores no que está relacionado ao controle de toda a instituição pública, sendo necessário à confiança desses gestores nos serviços contábeis prestados. No exercício de sua função, ele deverá conhecer as normas e as leis que regem a contabilidade pública, proporcionando um alicerce para a realização plena do seu trabalho. Em seu exercício os procedimentos deverão ocorrer de forma completa, atingindo os objetivos públicos. Deve agir com base no Código de Ética do Servidor Público e nos princípios éticos que lhe são atribuídos pelo Código de Ética Profissional, o qual trata dos direitos e deveres do profissional de contabilidade, sendo o Conselho Federal de Contabilidade o órgão responsável pela fiscalização, garantindo assim, um serviço confiável e de qualidade no desempenho de suas funções.

A profissão do contador é regulamentada pelos Princípios Fundamentais, pelas Normas Brasileiras de Contabilidade e pelo Código de Ética do Contador. Em se tratando do contador público ele também é regido pelo Código de Ética do Servidor Público, pela Lei 4.320/64, Lei 6.404/76 e pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

O código de ética do Servidor Público foi criado em 1990, para estabelecer a conduta do servidor público, seus princípios e valores. Apresenta o conjunto de normas que deverão ser seguidas e as penalidades aplicáveis, proporcionando um elevado padrão de comportamento ético capaz de assegurar a lisura e a transparência dos atos públicos praticados.

A Lei 4.320/64, a Lei 6.404/76 e a Lei de Responsabilidade Fiscal servem como Guia Fiscal para o Contador, pois, ele é o responsável pela elaboração de relatórios e demonstrativos e, no exercício de sua função, deverá se disciplinar de acordo com os regulamentos, ampliando horizontes de atuação e valorização perante a administração pública e a sociedade.

A Lei de Responsabilidade Fiscal foi criada com a tarefa de prevenir riscos e corrigir desvios na gestão fiscal pública, cujo objetivo principal é estruturar os assuntos contábeis previstos em Lei, atribui um valor especial à profissão contábil através do reconhecimento da importância das informações contábeis, a Lei orienta os contabilistas na execução de suas tarefas, possibilitando também que os governantes, dirigentes, outros interessados e principalmente o cidadão possam através de informações contábeis avaliar e acompanhar o desempenho dos governantes e as atividades relacionadas com a gestão orçamentária, financeira e patrimonial sob sua responsabilidade.

Atualmente, em se tratando de ética na Administração Pública, pensamos em corrupções, extorsão, ineficiência, e a falta de respeito à moral. A conduta ética no serviço público é muito questionada e criticada por toda a sociedade pela má gestão dos recursos públicos, desvios de dinheiro, desperdícios, criação de privilégios de acordo com interesses dos gestores. Segundo Laura (1993), o profissional está vulnerável a enfrentar diversos dilemas sobre as questões morais de honestidade, justiça, respeito pelos outros e cumprimento de compromisso, que podem ser da ganância, encobrimento e deturpação de relatórios e procedimentos de controles, justificativa enganosa sobre produtos ou serviços, deslealdade, obediência cega à autoridade, não importando se o ato praticado é antiético ou injusto, favoritismo, acordo de preços, sacrifícios à ocorrência de práticas antiéticas e outros. São situações que parecem obviamente erradas à distância, mas estão misturadas a outras questões e circunstâncias ambientais em que a demarcação entre o certo e o errado, não é muito clara.

De acordo com a Constituição Federal, a administração pública deve obedecer aos princípios constitucionais que são legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência. Esses princípios garantem a justiça social, o bem estar comum e o bem estar coletivo, constituem o alicerce necessário para o equilíbrio entre a lei, a ordem e os atos praticados pelos responsáveis da administração. 

No setor público administrativo o gestor é a autoridade ordenadora. Ele deve atentar aos princípios da Administração, deve obedecer à moral pública, seguir os bons costumes e o senso de honestidade. Porém, nem todos os gestores estão dispostos a cumprir esses princípios, e muitas vezes praticam atos desonestos e corruptos por influência de políticos antiéticos ou por interesse, benefício próprio ou de terceiros.

Pelo descumprimento de regras o contador responderá solidariamente com o gestor em exercício, no ato da execução do desvio ou infração, pois ele é autorizado a assinar todos os documentos, pois poderá permitir ou não certas transações. No cenário político atual, muitas vezes o contador é submetido a cometer atos corruptos, não por sua vontade, e sim, pressionado pelos maus gestores. Cabe a esse profissional impor ao gestor ordem e respeito, conduzindo para que ele possa agir com conduta ética e, com isso estará contribuindo pelo cumprimento dos padrões éticos da administração pública, beneficiando a sua classe. Nesse contexto ele se torna uma peça fundamental, servindo como base para mudar essa realidade, caso contrário estará contribuindo para tornar constantes as irregularidades e as fraudes na administração pública. O contador deve estar capacitado para desempenhar seu papel com honestidade, competência, produtividade, sociabilidade, coragem, dignidade e conduta ética, e jamais acobertando procedimentos incorretos praticados por gestores que agem da má fé, prejudicando e desrespeitando toda a administração pública. 

O contador que praticar atos contrários aos mandamentos da profissão estará sujeito à fiscalização e sofrerá penalidades cabíveis previstas na legislação.

Com a aprovação e implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal, acreditamos nas mudanças dentro da administração pública, pois haverá mais transparência nas contas públicas, e a sociedade poderá interagir nas decisões do governo e contribuir para melhorar aplicabilidade dos recursos públicos. Se todo o cidadão participar, exigir maior controle social, o cumprimento das Leis, acompanhar os procedimentos e funcionalidades da administração pública, os desvios de recursos públicos serão evitados, pois se faz necessário avaliar e exigir posturas adequadas de conduta ética de todos os envolvidos na administração pública, resultando a honestidade, a eficiência e a responsabilidade tanto almejada.     

O prestígio da profissão do Contador Público e o alcance de sua função social, esta no cuidado com que está é executada, ou seja, com o mais alto sentido de responsabilidade, competência profissional e ética, cumprindo e respeitando as disposições legais relacionadas com a sua atuação, observando o cumprimento das normas, os princípios e os procedimentos básicos de Ética, promovendo com zelo, a investigação quanto às Leis, regulamentos e estando sempre atento a mudanças relativas à prática profissional, atualizando-se em todos os aspectos, promovendo relação um bom relacionamento com outros órgãos públicos, mantendo o respeito e a consideração mútua, com base na dignidade da profissão.   

 


 

A CONDUTA ÉTICA NAS RELAÇÕES

 

MORAL E ÉTICA

Segundo Lisboa (1997)[23], a moral é um conjunto de valores, regras de comportamento, um feixe de normas nas práticas cotidianas, ela nos leva a observar e iluminar o entendimento dos usos e dos costumes.

É um código de conduta que coletividades adotam, uma nação, uma categoria social, etc. Existem também as normas macrossociais[24], que visa à sociedade como um todo expressando os interesses e a visão de mundo da coletividade interna, distribuindo-se entre morais paroquiais, corporativas, entre outras.

Para Srour (2000), moral corresponde a um código de conduta que coletividades adotam.

Pode-se entender que a moral é formada por tudo que vivemos, como fomos educados, de que forma fomos disciplinados enquanto a ética é respaldada pelo conhecimento adquirido através de estudos.

Srour (2000), nos reforça que a ética opera no plano da reflexão ou das indagações, estuda os costumes das coletividades e as morais que podem conferir-lhes consistência. A ética visa à sabedoria ao conhecimento temperado pelo juízo.

            Existem indivíduos que seguem e defendem às cegas usos e costumes de uma determinada organização, ou comunidade, sem ao menos contestar, ou observar se a imposição de tais “leis” tem algum respaldo e se é ético.

            Há a necessidade de senso crítico social, principalmente no que diz respeito à ética e a moral, para que a sociedade não seja vítima de si própria. As morais macrossociais têm de ser confrontadas, há paradigmas que precisam ser quebrados objetivando uma maior valorização do ser humano.

            A moral é formada por princípios que são transmitidos ao indivíduo desde o seu nascimento. O conhecimento da ética em contrapartida é adquirido a partir de pesquisas desenvolvidas ao longo dos tempos. Respaldados por tais informações abordaremos a problemática conduta ética nas relações voltada exclusivamente ao campo empresarial.

 

AS MORAIS EMPRESARIAIS

Na economia atual competitiva os empresários devem considerar os interesses dispares de seus "stakeholders[25]. Pois hoje o mercado aberto aliado aos regimes políticos liberais, fornece enorme poder àqueles que se organizam. Os clientes reuniram as condições necessárias para recorrer aos concorrentes, as agências de defesa do consumidor, a justiça e a mídia. O mesmo acontece com os acionistas minoritários, gestores, trabalhadores sindicalizados, e outros podendo estes fazer valer de outros instrumentos, como: mesa-redonda, cartas ou denúncia pela Internet. Isso acaba perdendo boa parte de seu sentido numa economia oligopolista[26] ou estadista, sendo inviável em países cujos regimes políticos são autoritários ou totalitários, Srour (2000) [27].

Conforme Lisboa (1997) [28], a pressão possível em ambiente semi fechado não se prolonga, fica circulando os cumes das organizações. Na dimensão política, a manifestação da população é mínima, ou anulada. Existem condições objetivas para assegurar a competição, as novas tecnologias além de contribuir para tal objetivo, têm demonstrado extraordinário dinamismo. Em busca de uma maior eficiência provoca concentração do capital, os custos decrescem em função da economia de escala, a produção aumenta e os preços relativos de bens e serviços caem.

Nas economias competitivas, ocorrem certas situações que levam os empresários a estabelecer distinções entre os stakeholders com os quais interagem. Aqueles que dispõem de maior e melhor situações de retaliar ou agregar valor ao negócio são tratados com lisura. Já os demais são tratados de formas diferenciadas, aqueles que são tratados de maneira privilegiada seguem uma ordem como classificou Lisboa (1997).

Os acionistas, por motivos óbvios de relação de propriedade;

Os clientes são o próprio negócio;

Os gestores pela ocupação na empresa;

Os trabalhadores pela sua qualificação e responsabilidade no processo de produção;

Nesta dimensão os empresários dividem os stakeholders em duas categorias:

·                    Na primeira, os agentes que não convém manipular a sobrevivência dos negócios.

·                    Na segunda, eles calculam e podem se lançar uns contra os outros, cujos desfechos seriam vantajoso para as empresas.

 

A MORAL DA PARCIALIDADE

É adotada norma mista de condutas porque não se furta a justificar conveniências oportunistas nas relações com os outros tendo lealdade nas relações pessoais. A moral da parcialidade corresponde a um compromisso entre a lealdade nas relações particularistas e a conveniência nas relações com outros, Lisboa (1997).

Moral do oportunismo funciona no benefício daqueles que detêm um capital de relações sociais, como se refere Lisboa (1997) [29], sendo constituído pelos amigos, comparsas e colegas e desemboca no falso no que diz respeito às formalidades legais e em manipulações de toda sorte.

Enquanto a moral da parcialidade elenca inúmeros argumentos que simulam a adesão a vertente da ética e responsabilidade sem jamais praticá-la. Geralmente os donos do negócio consideram ganhar dinheiro rapidamente, preservar o faturamento, expandir a empresa, contornar a pesada carga tributária, saber adaptar-se e saber que todos defendem as suas empresas. A moral da parcialidade segundo Srour (2000)[30] privilegia os interesses restritos e não fórmulas abstratas como ideais, dogmas, princípios, normas e finalidades coletivas, visando satisfazer a interesses abrangentes da civilização, da nação e de variadas categorias sócias.

Para Lisboa (1997) diz que a moral opera desvio quando diz que “o negócio dos negócios é fazer negócio”. O mito da amoralidade dos negócios pressupõe a neutralidade entre os negócios e a vida pessoal. O mito da imoralidade dos negócios qualifica os negócios como sujos e que se deve manter distancia, ou seja, traz uma visão que as pessoas deveriam deixar de negociar, sabendo o grave prejuízo que causaria à sociedade ou então seguir as regras do “jogo sujo”.

A moral da parcialidade exacerba o pragmatismo que se tornaram provérbios, tais como: “todo mundo faz isso" ou "só os espertos têm vez", antes de fazer qualquer negócio tem que dar a importância devida à moral, pois ela é um juiz inconsciente que vive dentro de cada ser racional.

Pode-se entender, que a organização é a base para um resultado de sucesso no mercado aberto. A mídia bem como as agências de defesa do consumidor e a justiça tornaram-se fortes aliados do cliente que necessita recorrer para garantir seus direitos. De igual modo, os gestores, acionistas minoritários e os trabalhadores sindicalizados também possuem ferramentas de denuncia objetivando proteção tais como: cartas, mesa redonda e Internet.

Os stakeholders mais valorizados com garantia de tratamento privilegiado na economia competitiva são os que melhor retaliam ou agregam valor à organização, os demais são tratados de formas diferenciadas.

Uma norma de conduta adotada nas relações empresariais é a moral de parcialidade, ela simula a adesão à ética, todavia na prática não a segue. O oportunismo é uma constante nas negociações tal fato originou o mito da amoralidade e imoralidade os quais qualificaram os negócios como “sujo”, seria mais louvável não negociar do que negociar ilicitamente cabe ao meio empresarial promover melhorias em tais relacionamentos objetivando o bem-estar social e facilitar o desenvolvimento econômico e comunitário.

 

MERCADO COMPETITIVO E GLOBALIZADO

Srour (2000) diz que nas economias competitivas, os empresários ficam a mercê de um jogo de forças que os leva a estabelecer distinções entre os vários stakeholders com os quais interagem.

Há outras maneiras de competitividade sadia, uma vez que as novas tecnologias têm demonstrado resultados extraordinários, pode-se utilizar ferramentas de marketing, planejamentos estratégicos, ou até mesmo metodologias revolucionárias já existentes para atingir a fatia de mercado almejada.

Conforme Ferrel in Filoética (2006)[31] o relativismo cultural é o conceito de que a moralidade varia de uma cultura para outra, uma vez em que práticas comerciais são definidas como certas ou erradas segundo a cultura. Alguns relativistas professam o relativismo ético como sendo uma única cultura definida para todo globo, no entanto não podemos ignorar que algumas comunidades têm seu próprio sistema e alguns conflitos éticos podem ser causados por teorias paradoxais em relação aos seus padrões morais, neste caso há a necessidade de adequar a ética a cultura local.

Na medida em que o mundo, e conseqüentemente as empresas, tornam-se mais globais proliferando as empresas multinacionais, a possibilidade de conflitos aumenta. Ferrel in Filoética (2006) explica que tais empresas são pessoas jurídicas que operam em escala global e sem quaisquer laços importantes com uma única nação ou região. Comumente encontramos uma empresa multinacional sediada nos Estados Unidos que opere de igual modo em outros países dominando todos eles com seus produtos e serviços.

Nas negociações empresariais, numa realidade dominada por uma economia global, é mister uma direção de conduta para constituir bons relacionamentos, os códigos de ética nos dão as diretrizes para tal resultado. Ferrel in Filoética (2006) ainda cita que os princípios e normas devem se pautar no respeito do sujeito humano e seus direitos fundamentais, tais como os constantes na Declaração Universal dos Direitos Humanos que refletem a realidade do país e os valores que estruturam uma profissão. Portanto, considerando que as normas e os códigos éticos não são imutáveis no tempo, se o relacionamento nas organizações tiver como base o respeito em si, a ética certamente será uma constante nos negócios empresariais.

Observa-se que, no mercado competitivo, a ética e a moral não têm tanta relevância quanto deveria, o que importa nas organizações é que o profissional consiga vencer a concorrência, mesmo que para isso ele precise literalmente “passar por cima” dos seus princípios éticos e morais. O objetivo de tudo isto é mirar o futuro garantindo a rentabilidade e perenidade às empresas, mediante todo este contexto é impossível que questionamentos não venham à tona sobre o futuro da humanidade, a qualidade de vida das gerações futuras e quais princípios de ética e moral teremos que apregoar daqui a diante.

 

A AMBIGUIDADE EMPRESARIAL

A realidade atual no mercado econômico é que pessoas sofrem acepções enquanto outros são beneficiados, dependendo de sua atuação na organização, seu dinamismo e seu poder de persuasão.

Vasconcellos in Filoética (2006)[32] diz que o sistema de comunicação é por meio da qual fluem as informações que permitem o funcionamento da estrutura de forma integrada e eficaz. A capacidade de exercer influência sobre um indivíduo depende, em parte, da eficácia na comunicação. Na área de dramaturgia um ator, por exemplo, credenciado em interpretação com uma técnica eficiente, conduz de uma forma eficaz, o telespectador a emoção sem necessidade alguma.

Diante de tais argumentos pode-se entender que qualquer indivíduo que possua a aptidão de influenciar pessoas, por menor que seja, será valorizado no mercado de trabalho, tendo em vista que o “jogo sujo” impera e quem tiver maior poder de retaliar terá maiores oportunidades de colocação no mercado.

Reginaldo Prandi in Filoética (2006)[33] afirma que o Brasil é um país sem caráter (...) seu dilema insiste em se meter no jogo de ser ou não ser. No entanto a ética é baseada em buscar sempre o bem comum, combatendo a injustiça e objetivando o consenso no geral. A desvalorização da ética tem sido um dos principais motivos da desigualdade social, se fosse proporcionada mais oportunidades a profissionais éticos certamente não existiriam negociações ambíguas e egocêntricas e os prejuízos sociais não se dariam em grande escala e o ocultismo não prevaleceria respaldando a perpetuação da ambigüidade nas negociações.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A ética empresarial existe e se bem aplicada traz excelentes benefícios à organização, no entanto os valores estão invertidos. Baseado nas pesquisas de Robert Henry Srour (2000) em relação a moral da parcialidade, onde ele cita os mitos existentes, ficou comprovada que há um desvio de conduta nas relações empresariais, as pessoas ignoram os grandes prejuízos causados à sociedade e aceitam as regras do “jogo”, se não aceitarem, perdem o negócio. Quando a moral entra em ação e a acusação, que provavelmente virá; através da consciência, vem à tona eles se justificam respaldados nas ações de outros.

No cumprimento de seus propósitos empresarias, a Empresa não perde de vista a importância de investir constantemente no desenvolvimento de uma cultura ética e socialmente responsável, direcionando sua ação para a busca da consolidação do reconhecimento pelo Cliente, Estado e Sociedade quanto a qualidade e efetividade dos serviços prestados, numa gestão integrada, participativa, ética e com responsabilidade cidadã.

Comumente acontece abuso de autoridade, e desvalorização do profissional, competitividade abusiva no mercado, onde quem joga mais, ganha mais. A causa de ser tão grande inversão deve-se a literal falta de ética e moral, o respeito deixou de ser um princípio e poderá a ser considerado um “tabu”.

É mister que nas organizações empresariais seja agregado a ética e a moral volte a vigorar como lhe é devido, para que negociar deixe de ser um jogo e torne-se uma relação de interação e respeito. Uma organização baseada em princípios éticos e morais que não tenha a necessidade de desrespeitar o próximo para atingir seus objetivos, o sucesso será apenas uma conseqüência.

 

BIBLIOGRAFIA

 

FARIA, Nilson Rosa (org) / Filoética Cascavel. Cascavel: Coluna do Saber, 2006.

LISBOA, Lázaro Plácido. Ética geral e profissional em contabilidade. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 1997.

SROUR, Robert Henry. Ética empresarial - projeto gráfico. São Paulo: Campus, 2000.

Disponível em www.scielo.br pesquisado em 12/11/2006.


 



[1] ASSE, Vilja Marques. Um fenômeno chamado psicoterrorismo. Disponível no Júris Síntese nº 48 – JUL/AGO de 2004.

[2] OLIVEIRA, Euler Sionir, Assédio Moral: sujeitos, danos à saúde e legislação. Revista JUSTIÇA DO TRABALHO ANO 21 Nº 243 – MARÇO DE 2004 HS Editora, pág 59.

[3] Assédio Moral O lado sombrio do trabalho. Revista VEJA 13 de julho - 2005, pág. 105.

[4] Menezes, Cláudio Armando Couce. Assédio Moral e seus efeitos jurídicos. Revista JUSTIÇA DO TRABALHO ANO 21 Nº 242 – FEVEREIRO DE 2004 HS Editora, pág. 7.

[5] www.assediomoral.org/site/legisla/PRcascavel

[6] ASSE, Vilja Marques. Um fenômeno chamado psicoterrorismo. Disponível no Júris Síntese nº 48 – JUL/AGO de 2004.

[7] Disponível no site www.assediomoral.org.

[8] Disponível no site www.assediomoral.org.

[9] Assédio Moral O lado sombrio do trabalho. Revista Veja 13 de julho – 2005, pág. 105.

[10] OLIVEIRA, Euler Sionir, Assédio Moral: sujeitos, danos à saúde e legislação Revista JUSTIÇA DO TRABALHO ANO 21 Nº 243 MARÇO-2004 HS Editora pág 64-65

[11] Disponível no site www.assediomoral.org.

[12] ASSE, Vilja Marques. Um fenômeno chamado psicoterrorismo. Disponível no Júris Síntese nº 48 – JUL/AGO de 2004.

[13] OLIVEIRA, Euler Sionir, Assédio Moral: sujeitos, danos à saúde e legislação Revista JUSTIÇA DO TRABALHO ANO 21 Nº 243 MARÇO DE 2004 HS Editora, pág.68.

[14] Assédio Moral O lado sombrio do trabalho. Revista Veja 13 de julho – 2005, pág. 106-108.

[15] Código Civil 54ª Edição – 2003 Ed. Saraiva pág.1699.

[16] Código Civil 54ª Edição – 2003 Ed. Saraiva pág. 50.

[17] Código Civil 54ª Edição – 2003 Ed. Saraiva pág. 180.

[18] KHAMIS, Renato Mehanna. Dano Moral Dispensa Imotivada de portador do Vírus HIV, LTR Editora Ltda, 2002 pág 44.

[19] Código Civil 54ª Edição – 2003 Ed. Saraiva pág. 912.

[20] Código Civil 54ª Edição – 2003 Ed. Saraiva pág. 912.

[21] PICCOLOTTO, Neltair. O Dano Moral Caracterização e Reparação, OAB/SC Editora, 2003 pág 104-105.

[22] COSTA, Walmir Oliveira. Dano Moral nas Relações Laborais Juruá Editora, 2ª Edição. 2003 Pág. 35.

 

* Acadêmicos do 3º ano do curso de Administração em Marketing da UNIPAN- União Panamericana de Ensino

** Professora Orientadora

1 LISBOA, Lázaro Plácido. Ética Geral e Profissional em Contabilidade, 2ª Edição – Editora Atlas S. A, 1997;

2 Descentralização da internalização das normas. Fonte: www.scielo.br (12/11/06).

[25] Stakeholders: são todas as pessoas ou empresas que, de alguma maneira, são influenciadas pelas ações de uma organização. 

[26] Oligopolista: Situação de mercado em que a oferta é controlada por um pequeno número de vendedores, e em que a competição tem por base, não as variações de preços, mas a propaganda e as diferenças de qualidade.

[27] SROUR, Robert Henry. Ética Empresarial- Projeto Gráfico; 1ª Edição – 2000. Editora Campus.

[28] LISBOA, Lázaro Plácido. Ética Geral e Profissional em Contabilidade, 2ª Edição – Editora Atlas S. A, 1997;

 

[29] LISBOA, Lázaro Plácido. Ética Geral e Profissional em Contabilidade, 2ª Edição – Editora Atlas S. A, 1997;

[30] SROUR, Robert Henry. Ética Empresarial- Projeto Gráfico; 1ª Edição – 2000. Editora Campus.

[31] FARIA, Nilson Rosa / Filoética Cascavel / Nilson Rosa de Faria (Org) – CascavelColuna do Saber. 2006

[32] FARIA, Nilson Rosa / Filoética Cascavel / Nilson Rosa de Faria (Org) – CascavelColuna do Saber. 2006

[33] FARIA, Nilson Rosa / Filoética Cascavel / Nilson Rosa de Faria (Org) – CascavelColuna do Saber. 2006